sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Livro cita Mistérios do Vale



O livro Metodologias Diversificadas para o Ensino da História Local: Vale do Paraíba da Professora Doutora ANA ENEDI PRINCE, editado pela Cabral Editora e Livraria Universitária, 2006, cita em suas referências bibliográficas o projeto Mistérios do Vale e há nele atividades desenvolvidas pela professora com lendas e casos do Vale do Paraíba que estão no livro Mistérios do Vale.

Foi uma grande alegria ler o livro e saber que este levantamento está sendo aproveitado por outros pesquisadores. Já li o livro todo e vale utilizar as sugestões de trabalhos da autora que cita também artigos de Francisco Sodero Toledo.
Ana Enedi Prince é coordenadora do Curso de Pedagogia e professora de Planejamento e Ensino de História e Estudos Regionais dos Cursos: Normal Superior e Pedagogia da UNIVAP.
É Doutora em História pela Universidade de São Paulo e possui ampla experiência em docência em Ensinos Fundamental e Médio da Rede Pública do Estado de São Paulo.

Sônia Gabriel




segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Mistérios do Vale e Matemática?


Pois é, quem diria não! Professoras da Escola Estadual Dr. Rui Rodrigues Dória - São José dos Campos realizaram um projeto envolvendo Matemática e Português e utilizaram as lendas do livro Mistérios do Vale. A matéria abaixo foi publicada no Vale Educação, Jornal Valeparaibano, em 05 de dezembro de 2007. Vale a pena ler.



Agradeço a confiança em meu trabalho e principalmente o fato de saber que os alunos estão curtindo o livro.

Sônia Gabriel

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Memória 3




No Valeparaibano de hoje (11 de dezembro) Vinícius Novaes, da Coluna Memória, encerra a série sobre os mistérios do Vale do Paraíba. Gentilmente ele faz citação ao nosso projeto de pesquisa. A matéria está muito boa e conta mistérios de Lavrinhas, Areias e Bananal. Vale a pena conferir...

Sônia Gabriel


Fonte: www.valeparaibano.com.br
Acesso em 12/11/2008
Fantasmas do Vale Histórico
Vinícius Novaes

A primeira história da coluna de hoje é um milagre. Diria um milagre romântico. E bem atípico para a época, diga-se de passagem. É o milagre de Nossa Senhora dos Pobres, que aconteceu entre 1880 e 1890.Lá em Lavrinhas, uma bucólica cidade que cresceu às margens do rio Paraíba, Ana Etelvina ia se casar com um homem que estava longe de ser a sua grande paixão. Para acabar com o descontentamento, a mucama que trabalhava diariamente com a moça começou a rezar para a santa.Por incrível que pareça, tudo foi como a vontade da escrava de Ana Etelvina. No dia do casamento, a moça estava linda e triste. Ao vê-la daquele jeito, seu pai a perguntou o motivo da infelicidade. Ela contou e o casamento foi cancelado. "Aquilo era um absurdo para a época. O noivo, todo envergonhado, fugiu da cidade", disse a historiadora Sônia Gabriel. Anos mais tarde, Ana Etelvina casou-se com José Avelino da Silveira, sua grande e verdadeira paixão."O grande mistério é que a imagem desapareceu. Depois de um tempo, a imagem chegou a ser mandada para a Universidade de São Paulo, onde seria restaurada. Desde então, ela nunca mais foi encontrada", contou a pesquisadora.OUTRA FESTA - Essa história é do tempo da escravidão. Conta-se que na fazenda Coqueiros, em Bananal, estava acontecendo uma grande festa para os convidados do Bãrão e da Sinhá. No dia da festa, uma escrava entrou em trabalho de parto na senzala. O caso foi complicado. Ela morreu.A Sinhá, muito aborrecida com o fato, mandou os empregados enterrarem o corpo da escrava embaixo da soleira da porta da cozinha. Porque, de acordo com ela, ali era o lugar da pobre da escrava. Além disso, a Sinhá queria que isso servisse de exemplo para os outros escravos. E decretou que era proibido morrer em dia de festa."Até hoje é preciso pedir licença para a escrava quando for passar da cozinha para o quintal. É uma forma de respeitar a escrava que descansa naquele local", afirmou.FAROL - Agora, feche os olhos e imagine a seguinte situação: você andando de carro por uma estrada bem deserta. À noite. Tudo está bem calmo. Tranqüilo. Lá fora, só o canto da coruja. O céu estrelado e a lua cheia. De repente, um farol surge do nada. Você tenta desviar daquele negócio, mas não consegue. Algo assustador no meio daquela estrada.Foi isso que aconteceu com o seo José e dona Alcina, que seguiam para Areias pela Rodovia dos Tropeiros. O casal via sempre faróis amarelados, que brilhavam intensamente em pontos da estrada. A principal explicação para o acontecimento sobrenatural era um caminhão que circulava pela região do Vale Histórico na época da Revolução de 1932, que carregava fantasmas de soldados mortos no combate."Outra explicação para o fato é de um fazendeiro de Silveiras que teria feito uma promessa de ir a pé até o Santuário Nacional de Aparecida. Só que ele teria morrido antes de pagar a promessa. E até hoje o seu fantasma fica lá à espera de alguém para dar uma carona", contou a historiadora Sônia Gabriel.E parece que o fantasma do senhor ainda continua lá. Ele só vai sair da estrada quando alguém resolver dar uma carona até Aparecida. A propósito, você se habilita?


Escravo 'vive' em caverna na Bocaina São José dos Campos
Até a Serra da Bocaina tem uma história que é de arrepiar...Isso aconteceu há mais ou menos 200 anos. Uma caravana de caçadores, vinda do sul de Minas Gerais, se abrigou em uma das cavernas. Naquela noite estava muito fria e um escravo, meio idoso, estava se queixando de frio. "Deus me acuda... Voumembora se esse frio continuar".O chefe da expedição ordenou que o escravo colocasse um couro de boi nas costas para se aquecer. Ele deitou-se no chão e cobriu o corpo inteiro. No meio da noite, os expedicionários acordaram com gritos assustadores. Quando se levantaram, o escravo não estava mais lá.Tem gente que garante de pé junto que até hoje o fantasma do escravo continua por lá. Às vezes, é possível ouvir aqueles gritos bem horripilantes..."Deus me acuda... Voumembora se esse frio continuar".



Vale do medo
Ter conhecido um outro lado do Vale do Paraíba foi mais do que gratificante. Saber que existem mistérios ainda hoje -- num tempo em que todos pensam com a cabeça da tecnologia -- foi algo surpreendente. Aliás, tão surpreendente como a história de Nhá Ritinha, que ainda permanece viva no imaginário dos mais simples do bairro de Santana, em São José dos Campos.Isso sem falar na lenda do "Homem da Capa Preta", que arrepia os cabelos dos moradores de Jacareí. A "loira da Via Dutra" que põe medo até mesmo nos caminhoneiros mais corajosos. O "corpo seco" do bairro da Pedra Branca, em Taubaté. Ah, lembre-se: se encontrar com um desses por aí, ande com as costas viradas pra criatura, pois ele pode pular em você!Confesso que me diverti bastante com essas lendas. Muito mesmo. Nas minhas longas conversas com a historiadora Sônia Gabriel, autora do livro "Mistérios do Vale" (Jac Editora), bateu aquele medo. Até o timbre da voz mudava quando o assunto era os fantasmas, o farol misterioso na Rodovia dos Tropeiros...Enfim. Ainda bem que os "causos" ainda permanecem vivos na lembrança das pessoas. A riqueza da história, dos detalhes, da imaginação... Tudo é bom. Se é verdade ou não, pouco importa. Neste caso, o mistério vale mais do que a certeza.


quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Programa Sabor de Vida! TV Aparecida




Pronto... Passou o nervoso. Gente, não adianta, a gente não se acostuma, as pernas tremem, a barriga gela, mas é muito legal. Agradeço as meninas poderosas Bete Ribeiro e Josi, do programa Sabor de Vida - TV Aparecida,  pelo convite e por tentarem me deixar tão à vontade. O pessoal todo é muito simpático. A Josi é tudo de bom: alto astral, atenciosa e delicada com meu filho e vocês sabem agradou o filho, adoçou a mãe. Gostei muito. A única coisa que não foi legal foi vir embora com aquele cheiro delicioso que estava na cozinha da Dora.

Meninas,
Paz e bem! Obrigada de coração.

Sônia Gabriel



terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Memória 2




Continua na Coluna Memória, do Jornal Valeparaibano, o especial sobre as lendas e fantasmas do Vale do Paraíba. A edição de hoje está muito legal, Vinícius Novaes escreve sobre os mistérios de São José, Taubaté e Jacareí. Confiram...

Sônia Gabriel

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Memória 1



A coluna Memória, do Jornal Valeparaibano, publica toda semana uma matéria sobre o patrimônio do Vale do Paraíba: material, imateria, e eu diria ainda humano... Acompanho os textos e inclusive, utilizo em sala de aula. Semana passada, Vinícius Novaes, autor da coluna, publicou sobre as lendas de Santa Branca e citou nosso projeto Mistérios do Vale. Vale a pena ler, a matéria saiu dia 27 de novembro de 2007. Para ler no site é só acessar www.valeparaibano.com.br
Para conhecer mais lendas, leia o Mistérios do Vale: histórias que o povo conta no Vale do Paraiba e Serra da Mantiqueira, de Sônia Gabriel!
Divirta-se...


sábado, 24 de novembro de 2007

Programa Ponto de Vista TV UNIVAP



Uma das vantagens de ser professora é conviver mais próximo dos mais jovens, eles estão sempre antenados, e, aquilo que você nem imaginou é muito claro para eles. É galera, a gente também aprende! Eles estão sempre me dando idéias, sugestões para este espaço. Não tinha fotografia de meu encontro com o Anderson Cruz no programa Ponto de Vista que é produzido na TV Univap, a galera resolveu. E ficou muito bacana, acatei... No encontro, conversamos sobre a realização da pesquisa para a produção do Mistérios do Vale.

    Agradeço ao Anderson e aos jovens que realizam o programa, tem muita gente jovem antenada com o Vale do Paraíba em toda sua diversidade.

Sônia Gabriel

Saiu no jornal 2: Informação, Família e Cidadania.



Sociedade da Informação
Valeparaibano, 04 de setembro de 2003.


Alguns estudiosos chamam de Terceira Revolução Industrial o processo que altera as formas de trabalho humano repetitivo.O novo período denominado "Sociedade da Informação" deveria oferecer possibilidades de um desenvolvimento humano voltado para a criatividade e autonomia, além de um senso crítico apurado para aproveitar tanta informação.Toda essa possibilidade deve ser trabalhada na escola. Se a educação não tem mais por objetivo apenas o mercado de trabalho das linhas de produção ou as rotinas burocráticas, estamos, enquanto instituição, educando para quê?Essa questão é quem tem preenchido o cerne das discussões e estudos, justifica-se a angústia dos professores e a indisciplina dos alunos por não ter-se ainda alcançado o âmago de uma resposta.Trazer para a escola a responsabilidade de criar oportunidade de trabalho habilidades e competências, englobando qualidades humanas (afetivas, sociais, éticas) é a ordem do dia, no entanto traz a preocupação moral de estabelecer-se parâmetros de uma ética universal e preparar os professores para lidarem com tais questões isentando-se de possíveis valores pessoais que alterem, de forma negativa o envolvimento profissional com seus alunos.Numa rede de escolas do tamanho da rede pública de São Paulo, por exemplo, e as condições de trabalho que são oferecidas, essa preocupação deve ser ainda mais pertinente.As oportunidades de estudo e discussão desses temas não podem ser preteridas pelos profissionais da educação.Uma visão coerente do que é educação e trabalho depende dos profissionais da área e a luta não é fácil, haja vista o que está sendo feito com o entendimento dessas questões.A formiguinha trabalha e muito e não é menos importante na sociedade do que as possíveis cigarras que só lêem. A realidade e a justiça social dependem de quem vivência o quanto é árduo o trabalho intelectual e não apenas uma estratégia de manipulação dos que dependem do trabalho braçal para sua sobrevivência.Não podemos nos entregar a mais uma via unilateral, ensinávamos para as linhas de produção e burocracia, e o resultado está no nosso dia-a-dia, não podemos vestir a camisa de mais uma mão única. Eduquemos conscientes de que a informação ainda não chega a todos e transformá-la em conhecimento até os professores ainda estão aprendendo, eduquemos com a responsabilidade de quem não cria novas tendências ou modismos, mas confiantes nas verdades, para tanto há estudiosos sérios, pesquisadores responsáveis e nossa boa vontade de nos aprimorarmos sempre.

Sônia Gabriel, São José dos Campos


Paz nos Lares
Valeparaibano, 16 de outubro de 2003.


Os últimos acontecimentos envolvendo a violência em nossa região nos trazem uma enxurrada de questionamentos.As passeatas e movimentações que estão ocorrendo demonstram que o povo não suporta mais, teme assaltos, teme a morte em consequência de furtos, dissabores, envolvimento de filhos e ou parentes com drogas, enfim, em poucos minutos de conversa é possível diagnosticar o sofrimento e medo da sociedade. A violência se torna mais que a consequência dos problema sociais e econômicos, ela já é chamada de epidemia.A questão que quero plantar, sim, plantar, pois se necessita da sabedoria da natureza para entender, todo um percurso até a chegada, enfim, das respostas, é a semente da "minha parte".A violência, muitas vezes é a companheira de berço de nossos filhos. O que eles crescem vendo? Brigas e agressões físicas no lar, na televisão, na rua. O que eu faço para que a rotina de meus filhos se preencha de paz, reservo uma hora para conversarmos?Evito os palavrões e as agressões aos membros de minha família? Convido os amigos de meus filhos para frequentarem nossa casa? É preciso estar presente. As fotos que os meios de comunicação publicam nos mostram rostos com 18, 19 anos. É muito pouco tempo para perder-se um filho. É urgente que se transforme num hábito estar presente na vida de nossos filhos, caminhar com eles, para que não precisemos caminhar com eles em passeatas pedindo paz. A paz pode se tornar um hábito, do mesmo jeito que a violência já está se tornando.

Sonia Gabriel, São José dos Campos


Conhecimento e Cidadania
Valeparaibano, 19 de dezembro de 2003.




Em outubro recente, aconteceu em São Paulo o 1º Congresso Internacional de Educação, cujo tema de discussão foi a qualidade na escola. Estiveram presentes pensadores, articuladores e educadores conceituados no Brasil, Espanha e Portugal. O ponto forte e ansiosamente esperado por grande parte dos educadores presentes foi a fala de José Saramago. Longe de querer nos impor uma receita ele nos deu uma aula de cidadão do mundo, relatou-nos o que assiste em suas viagens e nos preencheu de elementos para a interpretação de nossa própria verdade.O grande dilema da Educação é separar educação de instrução. Instrução, segundo a essência da palavra, é: ato ou efeito de instruir-se, instruir é transmitir conhecimento, ensinar, esclarecer; também podemos encontrar no dicionário que a palavra significa adestrar, e isso, estamos nos aprimorando para evitar, queremos um ser humano, um cidadão capaz de ter criatividade, criticidade, responsabilidade, iniciativa, nossa escola dá conta disso? Sim, não só pode dar conta disso como começa a caminhar para isso. Como? Revendo seu papel dentro da sociedade. Atualizando-se, não aceitando enlatados e fórmulas que já não funcionam em outros países e tenta-se introduzir no Brasil.Não são poucas as questões que permeiam o trabalho do educador, mas deixamos aqui mais uma: para formar um cidadão com todos os conceitos que debate-se é preciso a coragem de saber que as vezes falta algo, e o conhecimento não pode ser preterido, as atitudes, o comportamento, a postura, são elementos essenciais para o encontro da cidadania real e positiva, mas o conhecimento é nossa mais profunda e eficaz arma para sua construção, não se forma cidadãos sem o conhecimento.





Sônia Gabriel e Alessandra Rosa são educadoras e pesquisadoras em São José


Saiu no Jornal - Por falar em Educação...


Assunto sempre em pauta, esta semana escrevi, no diário de nosso grupo de estudos (Oficina de Saberes), que algo vem por aí a respeito da Educação, que do jeito que está não pode continuar, já venho dizendo faz tempo...

Progressão Continuada
Jornal Valeparaibano, 09 de maio de 2003.

A Progressão Continuada, modelo adotado pela rede oficial de ensino no Estado de São Paulo, é um assunto pra lá de polêmico e foi objeto inclusive de ampla discussão no último ano eleitoral. Deixando de lado todo o repertório erudito da questão, e que, aliás, até se tenta entender, temos aqui algumas considerações pertinentes e que vamos tratar no senso comum. Alguns pais nos questionam, desesperados, acerca da burocracia da questão: "como se pode aprovar para a série seguinte um aluno que não está em condições de acompanhar esta nova série?". Esta questão é a que está em discussão entre governo, escola, pais, teóricos da educação no momento. E que se espera não tarde tanto mais. A outra é como os educadores permitem que alunos cheguem à quarta série sem saber ler e escrever. Bom seria se fosse tão simples assim, trocaríamos os educadores e pronto. Mas não é. Há pouco escrevi aqui sobre a deficiência na formação de educadores, as queixas que alguns colegas estudantes fazem a respeito da falta de professores capacitados nas faculdades. Quando formados, depararam-se com salas de aulas lotadas, alunos desmotivados ('para que me empenhar, vou passar de ano mesmo?') e que ainda carregam esse conceito do estudar apenas para passar de ano. Filhos carentes de pais subempregados que acabam tendo que se desdobrar para manterem suas famílias. Famílias desestruturadas que geram filhos inseguros diante da vida. O desemprego estrutural que cria em nossos filhos uma falta de expectativa 'para quê estudar, tem tanto advogado, engenheiro que não consegue trabalhar...'.Professores, sim, cansados depois de tantos anos de trabalho, serem ainda mal remunerados e desvalorizados pelo governo e pela sociedade. Bom, percebe-se que o assunto não é tão simples assim. O momento histórico que vivemos em nosso país é extremamente complexo e são necessárias mudanças urgentes. A educação, sem dúvida nenhuma, é o pilar de sustentação dessas mudanças, há muito que fazer. A sociedade deve e precisa conhecer melhor as leis, como são feitas e às vezes impostas e deve continuar opinando. Saber como funciona a escola de nossos filhos, nos permitirá compreender melhor o trabalho dos educadores e suas posições diante de assunto como, por exemplo, a 'Progressão Continuada', e ainda distinguir os verdadeiros heróis (como já mencionei anteriormente) dos "outros" que trabalham com nossos filhos.

Sônia Gabriel, São José dos Campos

A Nossa Parte
Jornal Valeparaibano, 13 de junho de 2003.

A jornalista Rosana de Castro sintetizou muito bem em seu artigo publicado na terça-feira o que está sendo viver em nosso tempo. Os questionamentos que fez estão em nossas cabeças todos os dias, nos angustiam e acabam por deixar em nossa sociedade marcas que não sabemos quando serão sanadas.Por uma série de motivos a vida para mim, urge; apaixono-me pelo elementar, particularmente, tenho convicção que nossa complexidade está nos levando ao caos, mesmo assim, penso e difundo que nossa reação é a mais importante, não que o governo não tenha que fazer nada e quanto a isso a sociedade se organiza, luta, cobra. Mas a nossa indignação não pode ser verbal e pronto, nem nossas atitudes passivas porque o problema é maior que nós.Tocou-me muito o texto da jornalista quando ela menciona palavras de sua mãe. E é aí a fonte de nossas esperanças. Somos o espelho de nossos filhos, salvo raras exceções.Planejar se teremos filhos ou não é imprescindível, ter certeza dos sentimentos em relação a esses filhos e as condições de criá-los e educá-los também. Não estamos dando conta, estamos culpando a escola, como se ela tivesse a obrigação de educar nossos filhos, culpamos os problemas sociais, temos que trabalhar demais por isso não temos tempo. Tudo isso também é fato, mas não nos redime.Precisamos rever nossa condição de pais, a receita de nossos pais têm falha, mas não são descartáveis, afinal estamos aqui. A fase de transição que estamos vivenciando em relação ao o que é uma família, quem compõe uma família, como vive, onde e como mora, são fatos, mas não pode nos impedir de nos dedicar aos nossos filhos, afinal transformações ocorrem, mas responsabilidade e amor devem permanecer.

Sônia Gabriel é pesquisadora e professora de História e Sociologia em São José

A Tarefa de Educar
Valeparaibano, 27 de junho de 2003.

Tive o privilégio de assistir a uma palestra com Luiz Henrique Beust, integrante do Anima Mundi, um instituto de desenvolvimento social preocupado com a educação para a paz. O tema tratado é aquele, aparentemente batido, que nós já estamos cansados de ouvir e debater: o que é o homem?Lembrei-me de um texto lido que foi oferecido por Ivone Weiss, ilustre filósofa e professora, onde se tentava desvendar o que é o homem em suas diversas e complexas dimensões. Nós, da Educação, temos como maior desafio saber com quem estamos trabalhando. Beust trata de um velho dilema com uma argumentação tão lógica e científica que nos enche de esperança. A transição histórica porque passa o homem contemporâneo o coloca constantemente em cheque, vive no inconstante, revolucionário e tumultuado mundo material onde o que é moderno hoje pode ser ultrapassado em questão de meses, e, pensa num conhecimento ainda atrelado aos moldes tradicionais e elitista de ser.Nosso apego como detentores do conhecimento nos distância de nossos alunos. O acúmulo e rapidez com que a informação chega até eles não são acompanhados por nossa insistência em mantermos nossa sabedoria como definitiva. A sociedade ocidental contemporânea se organizou nos moldes da Revolução Industrial e não se sustenta mais. As mudanças que ocorrem atualmente no mundo do trabalho estão gerando em nossos alunos uma angústia em relação ao conhecimento. Para que estudar se estamos diante de um desemprego estrutural? A inconstância, a indisciplina, a passividade são reflexos.A resposta para tantas questões está no ser. Sabiamente Beust coloca: "o homem não é o lobo do homem, o homem não é uma tábua rasa", o homem é um rocambole! Há em nós o material, o espiritual, há em nós uma consciência que não pode ser esquecida, essa consciência é que sustenta uma ética universal de respeito ao homem enquanto ser e que precisa de resgate.Na era onde impera a informação, o conhecimento precisa alcançar mais. O homem precisa ser respeitado como um todo, materialidade e espiritualidade.As mudanças de mentalidade são lentas e na escola urge que se alterem, nosso papel é mais, o conhecimento que transforma o homem não consegue ser trabalhado apenas com conteúdos e nossos conteúdos não dão conta desta tarefa. O que é essencial está sendo chamado de transversalidade, já é um ganho, mas não dá conta, se for esporádico. O educador tem autonomia e competência para também levar para sala de aula de maneira consciente noções de valores que correspondam às necessidades de nossa sociedade na elevação benéfica do ser humano.Para aqueles que conseguem desempenhar com maestria e humildade seu papel de educador, mesmo diante do panorama social atual, a tarefa será árdua, mas não impossível.

Sônia Gabriel, São José dos Campos


terça-feira, 20 de novembro de 2007

Desvendando Lagoinha - novembro de 2007

   

 Estivemos na 6ª Festa do Folclore de Lagoinha. A festa aconteceu no final de semana deste feriadão e participamos no sábado. A cidade estava animada com o evento. Chegamos de manhã e fomos gentilmente recebidos pelo senhor Amarildo. Visitamos uma exposição de fotografias no Mercado Municipal que se dividia em fotos antigas da cidade, painéis das cidades que compõem o Guia das Nascentes, um roteiro de excelente qualidade organizado pelo conhecido pesquisador João Rural o qual adquirimos um exemplar, e, se encerrava com uma mostra de fotografias de moradores da cidade.





    Tivemos a oportunidade de conhecermos pessoalmente o professor Altair que foi quem nos auxiliou com as lendas da cidade. Deixamos um exemplar do livro com ele em agradecimento. Durante a tarde, foram chegando cada vez mais moradores, na Praça da Matriz, para assistirem o encontro de corais do Projeto Guri e as atrações folclóricas que aconteceriam até o encerramento no domingo. Realizamos a divulgação do livro que agradou aos moradores.


    Passamos a tarde na praça conversando com os artesãos, conhecemos a primeira-dama da cidade e o secretário de Cultura Júlio César, todos envolvidos com o evento. Foram momentos muito agradáveis; o cafezinho feito no fogão à lenha, em plena praça, estava delicioso e a prosa com a Júlia e a Virgínia muito produtiva. Enfim, valeu a pena o roteiro do feriadão, sempre vale a pena desvendar o Verdadeiro Tesouro do Vale do Paraíba, como já citei tantas e tantas vezes: Sua Gente.

Sônia Gabriel


domingo, 18 de novembro de 2007

Mistérios do Vale em Piquete - SP - 2007

   

 Vejam qual é a visão que tem o senhor Lucas Rodrigues toda vez que sai em sua varanda, no Bairro dos Marins, em Piquete!

   Estivemos lá neste feriado da República para levar o livro Mistérios do Vale para ele e para seu museu, citado na lista de Museus do Vale do Paraíba, aqui neste diário. Confiram...

    "Seu" Lucas Rodrigues é daquelas pessoas maravilhosas que não estão no mundo só de passagem, construiu em seu quintal um museu aonde conserva e valoriza os instrumentos do homem do campo. Vale uma visita e uma prosa. Ele e sua irmã Maria Aparecida é que nos contaram as histórias da cidade que constam no livro.

    Desta feita, não o encontramos pessoalmente, mas sua presença no lugar é marcante. O livro ficou e tivemos a oportunidade de bater papo com sua esposa, fora o passeio, a paisagem e vejam só: uma experiência que um dia talvez eu conte, depois que tiver me refeito do susto, e que, com certeza, poderia ter feito parte do livro. Ao senhor Lucas, os agradecimentos e os votos de que ele se mantenha sempre com espírito inovador. Inspiração ele tem, da janela, todos os dias!




Sônia Gabriel


sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Mistérios do Vale em Taubaté - SP 16/11/2007




(Foto: Sítio do Picapau Amarelo)

 Depois do Evento Cultural do IEV, em Lorena, procuramos um hotel e vocês nem imaginam a dificuldade em encontrar. Ainda em São José, ligamos para vários hotéis e, ou estavam lotados, ou os preços eram impraticáveis. Atrevemo-nos a ir para procurar outros hotéis por lá mesmo ou pela região. Caros amigos, vocês conhecem bem nosso espírito de aventura... Mas se tornou aventura mesmo! Eu nunca tinha passado por isso aqui  perto.    
 Não encontramos quartos e os que encontramos pela região não valiam um terço do que nos pediram. Creio que passa da hora de investimento neste quesito. O turismo religioso e outros tais que estão sendo implantados precisam ser acompanhados da preocupação para que o turista não se sinta lesado. Trato no atender e preços justos são, também, cartões de visita. Tivemos que retornar até Taubaté para conseguimos acomodações.

Aventura à parte, o que vale é o prazer de passear, conhecer, agradar aos olhos. Família eclética, todos têm sua vez. Já que estávamos em Taubaté, fomos ao Sítio do Picapau Amarelo (pela “nem sei” que vez) para agradar nosso rebento e a mãe dele também (é claro). Tudo perfeito: atendimento, cuidado para com a imaginação do garoto; os atores, uma graça! Só não entendemos como em pleno feriado tão pouca gente passeando pelo local que tem entrada franca e vale uma visita.

Valeu também a visita ao Mercado Municipal, por lá tomamos um belo café, o André se abasteceu de doces para continuarmos nossas visitas pelo Vale.

É isso! São os mistérios de quem estuda a região e, ainda, pouco desvendou para contar. A Educação será o caminho para a valorização da região. É por meio da escola e desde os pequeninos que será possível um maior conhecimento histórico, cultural e ambiental do Vale do Paraíba. Quanto ao Turismo, realidade nesses hotéis já!

           


             
             Meu personagem preferido.





    Que saudade da infância! 
    Filhos são nossa oportunidade de permanecer criança um bocadinho mais.



   Sônia Gabriel

   

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Poema de Eremilda Caetano


Vocês acham que eu estou me sentindo como?
Muito obrigada! Estou muito emocionada. Eta Erê!


UM POEMA PARA SÔNIA
Prof. Eremilda

"Eta professora danada!
Estudada que só
Fala tudo tão bonito
Qui outra nu mundo não tem mió

Saiu andandu pur essa terra
Chamada Vale do Paraíba
Coletando tantos causos
Que dentro do povo escondido vivia

No começo ela quis guarda
Tudo dentro dum baú
Mas dispois achou mió
Conta tudo, veja só

Brigada, minha santa fessora
Por tanta coisa iscrita
Não é à toa que ocê traiz
Toda essas coisa bunita

É u mesmu Gabriel
Que um dia pra Virgem anuncio
Que Ela seria a mãe du Salvado
Ele é procê seu proteto

Receba querida fessora
Dus alunos desta iscola
E dus amigos também
Esta simples homenagem de quem ti quer bem

Queremo faze du seu livru
Uma verdadera aula di vida
Pra nunca deixa a cultura morre
I nem fica iscondida."

Eremilda


segunda-feira, 22 de outubro de 2007

O talento da Professora Eremilda...





Eremilda, fico muito comovida com seu carinho, não tenho palavras para agradecer, só digo que guardarei, com muito carinho, suas palavras para sempre...

Não mereço, mas agradeço!
Sônia Gabriel


"Obrigada, professora
Pelo legado deixado
O mais sublime dos tesouros
Na minha vida já encontrado.

O seu livro é um presente
Que me deixou encantada
Em cada canto em que for
Falarei dele para todos com amor.

Amo o Vale do Paraíba
Por ele sou apaixonada
Terra boa, que me deu prazeres
E muitos amigos ao meu lado.

O livro “Mistérios do Vale”
Ele é todo bonito
Cada cidade aqui citada
Tem o seu causo descrito.

Viva Monteiro Lobato
Paraibuna também
Natividade da Serra
Terra que quero bem.

Lendo o livro aprendi
Quantos causos, meu Deus!
Histórias de assombração
É o que mais tem.

Pela ordem alfabética
Vamos as cidades encontrar:
Aparecida, Arapeí, Areias,
Bananal, Caçapava
Cachoeira Paulista, não tem igual!

Quero quando bem velhinha estiver
Para meus netinhos contar
As histórias que aqui li
E que no meu coração hão de ficar.

Vou contar os causos
Do Caldeirão de Ouro
Tocha de fogo e Sacizinha
Da Aparição de Nossa Senhora
Lenda do Coronel Leitão
E tantas outras que trarei no coração."


Eremilda



terça-feira, 16 de outubro de 2007

Mais fotos da Homenagem na Escola Rui Dória - 10/10/2007.




Mais uma vez, só posso agradecer. 
O faço de todo coração.




Que bom que estão curtindo as histórias de nossa gente e, mais legal ainda, estão lendo com seus pais.
 Isso é maravilhoso!



Que beleza de trabalhos!
Gente de bem com a vida!

Paz e bem!
Sônia Gabriel



Rui Dória desvenda os Mistérios do Vale !


O texto a seguir é da professora Karine Burgueti e eu o tomei emprestado:

"Hoje (10/10/2007) foi mais um dia de emoção para a Professora Sônia Gabriel. Alunos da Escola Estadual Dr. Rui Rodrigues Dória a homenagearam apresentando diversos trabalhos que tiveram como tema sua obra "Mistérios do Vale", um livro que traz as histórias do povo valeparaibano. Foram esquetes, poemas, jograis, jogos, músicas, revistas, teatros, declamações e um clima contagiante. Parabéns, Profa. Sônia! Você merece isso e muito mais. Sou muito orgulhosa de tê-la como companheira de trabalho e é um verdadeiro presente tê-la por perto. Parabéns hoje e sempre!"

Vejam que belas imagens...

A professora Eremilda (Português), a Diretora Ordália e eu.



Prestigiaram os trabalhos, supervisores de ensino da Diretoria de São José dos Campos.

Os trabalhos estavam lindos em toda sua diversidade.











E ainda tem mais fotos... aguardem!


quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Nota da Coluna Estilo, Valeparaibano, em 23/05/2007.


"Escrito pela historiadora Sônia Gabriel, o livro 'Mistérios do Vale' ganha nova etapa de distribuição e agora pode ser adquirido.Trabalho intenso de pesquisa da cultura popular da região, o livro já recebeu o prêmio cultural 'Eugênia Sereno' pelo IEV (Instituto de Estudos Valeparaibanos). Informações pelo http://misteriosdovale.blogspot.com."


Mistérios do Vale no Carnaval de São José



Eu não poderia imaginar homenagem maior. Neste ano de 2007, a Escola de Samba Filhos do Sol, de Santana - São José dos Campos, teve seu samba-enredo voltado para as histórias que o povo conta em nossa região. Como costumo dizer: "Não mereço, mas agradeço".

Foi lindo, ainda hoje quando ouço o samba fico profundamente emocionada.


Mistérios do Vale

Compositores: Galo e Peixinho
Intérpretes: Peixinho, Mauro, Alexandre, Malta e Adailton
Cavaquinho: Guilherme
Presidente: Paulo de Souza


Filhos do Sol chamou
Amor!
Prá desvendar os mistérios
Eu vou! (bis)
Do Vale do Paraíba
Eu Sou!
O Vale nessa história
Marcou!


(Presença)

O vermelho, branco e amarelo
São as cores da minha Filhos do Sol
Cantando eu conto
A história do meu Vale
Que é a alegria
Desse nosso Carnaval
Desvendando essa riqueza
Descobri que a lenda não anda sozinha
Tem Corpo Seco
E o Cavaleiro Sem Fé
Tem o Saci
e a Charmosa Sacizinha


Tem também
A lenda do Lobisomem
Alô São Cosme e Damião
As crianças estão
Estão todas sob sua proteção
Meu povo nasceu da mistura
São muitas raças
A miscigenação
Tem negro, branco, europeu
E tem mulato
Tem índio nato e também tem alemão


Vem amor
Prá Avenida
Filhos do Sol
Vai de mãos dadas com você
Vamos dar graças
Mãe Senhora Aparecida


Vem amor
Hoje é o dia
Filhos do Sol
De braços dados com você
Daqui prá frente
Vamos cair na folia.











As verdades e as mentiras sobre São José



História
São José dos "mitos" e "verdades"
Lendas e mistérios que cercam a cidade são avaliados por pesquisadores e moradores tradicionais
Trechos da matéria de Rodrigo Machado, publicada em 14/01/2007, jornal Valeparaibano.

São José dos Campos

O Banhado era uma praia? Há túneis ligando a Igreja Matriz e o Banhado? As palmeiras imperiais do Parque da Cidade vieram das Ilha Antilhas? Os cães apreendidos pela carrocinha na cidade viram sabão? Antes de ser o Parque Santos Dumont, o local era um sanatório?Como todas as cidades do Vale do Paraíba, São José dos Campos está cheia de mistérios e lendas. O valeparaibano desvenda hoje alguns destes mitos em torno de uma cidade que foi trilha da Independência, ganhou fama por ser um centro sanatorial e se tornou a capital nacional da aviação. Saiba nesta edição se as palmeiras da avenida João Guilhermino eram o portal da cidade, se o bairro Chácaras Reunidas foi parte do caminho da Independência e se Tom Jobim cantou no anfiteatro do Parque da Cidade para a família Olivo Gomes (leia texto nesta página).Segundo o pesquisador em história Donato Ribeiro, os mistérios da cidade foram passados de geração em geração e muitos deles documentados por pessoas que eram apaixonadas por São José.Histórias como a do túnel que teria sido construído entre os séculos 19 e 20 na região central da cidade fascinam as pessoas e rendem discussões entre historiadores e pesquisadores.Segundo Ribeiro, a questão dos túneis, que serviriam como rota de fuga dos escravos, é um assunto até o momento não comprovado. Verdade ou mentira?"Para os mais antigos a idéia do túnel entre a Igreja de São Benedito e o Banhado é verdadeira. Não podemos confirmá-la, pois algumas pessoas procuraram o acesso pelo Banhado, mas não encontraram nada", disse o pesquisador.PRAIA? - Um dos mistérios que mais chamam a atenção dos moradores e historiadores que gostam e valorizam São José dos Campos é a informação de que a região do Banhado era banhada pelo mar no século passado.Segundo levantamento do valeparaibano feito com pesquisadores, o Banhado era chamado de "praia joseense". Entre 1960 e 1970, o rio Paraíba transbordava e suas águas provocavam as cheias. O nível das águas subia até a linha do trem. As pessoas frequentavam o local e nadavam por lá. Haviam casas construídas em frente à praça Afonso Pena, que era na época uma cadeia, e que tinham a 'praia' no quintal.Nesta época, os barcos saíam da Matriz e seguiam até Santana. "Meu avô sempre contava essas coisas quando eu era criança. Ele falava que vinha do centro da cidade para Santana de barco", disse a dona-de-casa Cristina Ribeiro dos Santos, 28 anos.Há 20 anos, quando se mudou para São José, a secretária executiva do Comtur (Conselho Municipal de Turismo), Carmen Inêz Diogo Machado, 53 anos, ficou encantada com o Banhado."Eu ficava pensando de verdade se o local um dia tinha sido mar. Depois de estudar a história da cidade e levantar informações fui descobrir que aquele lugar era conhecido como a praia joseense", disse.Em sua opinião, alguns moradores ainda não têm a consciência da riqueza de São José dos Campos. "A cidade é acolhedora, tem pessoas empreendedoras e inteligentes, mas ainda há moradores que não se dão conta da riqueza da cidade."Com a construção das represas de Santa Branca e Paraibuna, o nível das águas do rio Paraíba baixou e nunca mais provocou inundações na área. Parte do Banhado foi loteada e hoje abriga grandes residenciais, como o Esplanada do Sol.A orla do Banhado se tornou cartão-postal da cidade e ponto turístico do Vale do Paraíba. Os cinco milhões de metros quadrados que integram a região são considerados APA (Área de Proteção Ambiental).

Morador estuda histórias dos antepassados
São José dos Campos

Moradores de São José dos Campos exercitam a curiosidade e buscam saber um pouco mais sobre a história da cidade.A administradora de empresas Maria Beatriz Carvalho, 35 anos, coleciona histórias contadas pelo seu pai, o aposentado Agenor dos Santos Carvalho, 61 anos. Há dois anos, ela resolveu estudar a história e o desenvolvimento da cidade.Ela confirmou, por meio dos passeios históricos e pesquisas feitas em livros da Biblioteca Municipal Cassiano Ricardo, as histórias ouvidas durante sua infância."Fico fascinada em descobrir novas histórias da cidade que sempre gostei. Quando era criança, meu pai vivia contando as histórias mal assombradas que aconteciam em São José e também como as pessoas viviam na cidade", disse.Para ela, pensar que o Banhado era a praia de São José é algo estranho. "Não duvido não, pois a avenida São José tem um formato igual ao das avenidas das praias. Mas, pensando bem, o mar fica do outro lado."O estudante Wellington Soares dos Santos, 17 anos, estudou sobre a trilha da Independência e, segundo ele, o bairro Chácaras Reunidas, na zona sul de São José, integrou o caminho de Dom Pedro 1º em 1822. "Tem até um monumento que está grafado que lá passou o Imperador Dom Pedro 1º."CURIOSIDADE - Entre as curiosidades da cidade está a primeira escada em caracol, construída em um imóvel dentro do CTA (Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial).Segundo a secretária executiva do Comtur (Conselho Municipal de Turismo), Carmen Inêz Diogo Machado, 53 anos, a história da escada no CTA fascinava grande parte dos moradores de São José dos Campos."Segundo os pesquisadores, os moradores mais antigos da cidade comentavam sobre a moda. A segunda escada em caracol de São José foi construída na casa Olivo Gomes, no Parque da Cidade. Era uma arquitetura moderna em pleno século 20", disse.A aposentada Maria Alice dos Santos, 76 anos, de Santana, zona norte da cidade, lembra que as pessoas comentavam sobre as escadas. "Era novidade ter uma escada em caracol na cidade, ninguém estava acostumado com aquilo."


Pesquisadora lança livro com histórias

A escritora e pesquisadora Sônia Gabriel lançou no segundo semestre do ano passado o livro "Mistérios do Vale" --Histórias que o povo conta no Vale do Paraíba e Serra da Mantiqueira. A escritora percorreu todas as cidades da região levantando informações com moradores antigos, pesquisas em manuscritos e fotografou os locais onde se passaram as histórias que o povo ainda conta na região. O estudante Anderson Fernando da Cruz, 18 anos, leu a publicação e achou interessante o material. "Você termina uma história e já dá vontade de ler a próxima. O que me chamou a atenção foi a lenda de um bicho que está adormecido no rio Paraíba."


Programa Falando Nisso, Band Vale, em 28/07/2006.




      
 Entrevista sobre o livro Mistérios do Vale e a realização da pesquisa, no programa Falando Nisso, da Band. Agradeço ao Marcos Limão que me convidou e ao carinho da Solange Moraes e do Cláudio Nicolini. Sucesso sempre para todos!

Sônia Gabriel

segunda-feira, 19 de março de 2007

Museus do Vale do Paraíba: conheça, valorize!



Aparecida

Museu Nossa Senhora Aparecida
Avenida Júlio Prestes, s/n, centro. O museu se localiza na Torre da Basílica Nacional.
Telefone: (12) 3104 1505
Horário: de segunda a sexta das 8h às 17h. Aos sábados, domingos e feriados das 7h às 16h.
Entrada: R$ 2,00
Acervo: elementos ligados ao culto à santa, oratórios em estilo barroco, documentos da História do Brasil, Segunda Guerra Mundial e Revolução de 32.


Museu Padre Victor Coelho
Rua Padre Claro Monteiro, 152 – Seminário Santo Afonso.
Entrada: franca
Acervo: coleção numismática, materiais e objetos religiosos e literatura antiga.

Caçapava


Museu do Sexto Batalhão de Infantaria Leve (BIL)
Rua José Bonifácio, 33, centro.
Telefone: (12) 3265 2470
Acervo: documentos, cartas de operações, fotografias, bandeiras nacionais, estandartes, fardamentos, equipamentos, armamentos, materiais sobre a Segunda Guerra Mundial.

Museu Histórico e Pedagógico Ministro José de Moura Resende
Rua José de Moura Resende, 475, Vera Cruz.
Telefone: (12) 3652 9222
Horário: segunda a sexta 8h30 às 21h.
Acervo: histórico e Pedagógico conta a História da cidade através de móveis antigos, fotografias, documentos históricos sobre a cidade e seu patrono, o ministro José de Moura Resende.




Cachoeira Paulista

Museu Histórico e pedagógico Doutor Costa Júnior
Rua Rangel Pestana, 2002.
Acervo: documentos, peças da Revolução Constitucionalista de 1932.

Museu Folclórico Waldomiro Silveira
Rua J. Lombardi, 120.
Acervo: particular, possui documentos e objetos da Revolução de 32 e objetos que datam da época da fundação do município.


Campos do Jordão

Museu Felícia Leirner
Avenida Dr. Luis Arrobas Martins, 1880.
Telefone: (12) 3662-2334
Horário: terça a domingo, das 10h às 18h.
Entrada: R$ 5, 00
Acervo: obras da artista, destaque para a natureza e vista do local, museu a céu aberto.

Museu Casa da Xilogravura
Avenida Eduardo Moreira da Cruz, 295.
Telefone: (12) 3662-1832
Horário: quinta a segunda, das 09h às 17h.
Entrada: R$ 10,00
Acervo: obras de Oswaldo Goeldi e Lívio Abramo.



Caraguatatuba

MACC – Museu de Arte e Cultura de Caraguatatuba
Praça Cândido Mota, centro.
Telefone: (12) 3883-9188
Horário: terça a domingo, das 13h às 21H.
Entrada: franca
Acervo: peças e fontes que remetem ao nascimento da cidade.


Cruzeiro

Museu Histórico e Pedagógico Major Novaes

Rua Dona Tita, 41 – Vila Canevari.
Telefone: (12) 544-1555 r: 214 / (12)3143-4169
Horário: das 7:00 às 17:00, há monitores.
Entrada: franca
Acervo: ocupa as dependências da antiga sede da Fazenda Boa Vista, origem da cidade, datada de 1834. Lá encontramos oratórios, objetos, mobílias, imagens, jornais e documentos das cidades do Fundo do Vale, datando de 1700 a 1900. O prédio é patrimônio histórico estadual desde 1969.


Cunha


Museu Municipal Francisco Veloso
Rua João Manuel Rodrigues, 199- Centro Cep: 12530-000.
Telefone: (12) 571-1688
Acervo: objetos, documentos, fotografias e jornais da cidade. É um arquivo e centro de cultura e tradição de Cunha.


Guaratinguetá


Museu Histórico e Pedagógico Conselheiro Rodrigues Alves
Rua Doutor Morais Filho, 41 – Centro.
Telefone: (12) 3122-2007
Horário: 2ª a 6ª das 9:00 às 12:00, 14:00 às 17:00
Entrada: franca
Acervo: mostra a vida e a obra de Francisco de Paula Rodrigues Alves, conselheiro no Império e por duas vezes, eleito Presidente da República.Exposição permanente de móveis, objetos, livros, quadros, fotografias e documentos pessoais e oficiais do patrono. Exposições temporárias sobre temas diversos.


Casa de Frei Galvão
Rua Frei Galvão, nº 78.
Acervo: sala com exposição das relíquias de Frei Galvão.
Museu Frei Galvão e Arquivo Memória de Guaratinguetá Praça Conselheiro Rodrigues Alves, 48 -2º andar – Centro.
Telefone: (12) 3122-3674
Horário: 2ª a 6ª feira das 9:00 às 11:00 e das 13:00 às 17:00
Entrada: franca
Acervo: exposição permanente de objetos de arte da história de Guaratinguetá. Pinacoteca. Mobiliário. Documentos. Fotografias.Coleção de artes sobre fatos e milagres de Frei Galvão.
Site:
www.saofreigalvao.com



Jacareí

MAV - Museu de Antropologia do Vale do Paraíba
Rua XV de Novembro, 143 – Centro Cep: 12300-000
Telefone: (012) 3953-3574
Horário: terça a sábado das 9:00 às 12:00 e das 13:00 às 17:00.
Entrada: franca
Acervo: segundo maior acervo de paulistinhas do Estado de São Paulo. Com interior ricamente decorado, o museu abriga atividades culturais, referentes ao estudo do homem valeparaibano, suas raízes, usos e costumes, sua devoção. È patrimônio estadual desde 1978. Conta com exposições temporárias.


Lavrinhas

Sala de Memória Tão Novaes
Rua Manoel Machado, 82.
Acervo: acervo que pertenceu ao fazendeiro e político Sebastião Novaes: móveis, fotografias, jornais da região e documentos políticos.

Lorena


Museu da Arte Didática
Localizado dentro das Faculdades Integradas Tereza D’Ávila
Acervo: artes plásticas e esculturas.


Casa da Cultura Péricles Eugênio da Silva Ramos
Rua Viscondessa de Castro Lima, 22.
Acervo: o prédio é monumento histórico estadual. Possui como acervo a Sala Euclides da Cunha (cartas, livros raros e móveis do escritor).


Pindamonhangaba

Museu Histórico e Pedagógico D. Pedro II e Dona Leopoldina
Rua Marechal Deodoro da Fonseca – Centro.
Acervo: o prédio é patrimônio histórico estadual desde 1969, seu acervo se compõe em peças e documentações. O prédio é conhecido como Palacete Visconde da Palmeira.


Piquete


Cantinho Histórico dos Marins
Estrada em direção ao Sul de Minas, entrar à direita na estrada vicinal Christiano Rosa, seguir 14 km em estrada de asfalto até chegar ao bairro dos Marins, de lá, perguntar sobre o museu.
Horário: diariamente, local é morada do organizador, doméstico, vale a pena conhecer.
Entrada: franca
Acervo: são 313 (até 2005) peças antigas usadas na pecuária e na agricultura da região. A maioria das peças pertenceu à família, vizinhos e amigos do dono do museu. Entre as peças mais antigas encontram-se um sinaleiro de boi de 1910 e uma máquina de costura de 1920.


Queluz


Malba Tahan
Praça Francisco de Chagas Lima, 265.
Telefone: institutomalbatahan@terra.com.br
Acervo: documentos, livros, objetos e coleções do escritor que passou sua infância em Queluz.


Roseira

Eco-Museu da Fazenda Boa Vista (confirmar se ativo)
Rodovia Presidente Dutra, km 79,5 Cep: 12580-000.
Telefone: (12) 246-1360
Horário: segunda a Sábado das 8:00 às 11:00 e 14:00 às 17:00
Entrada: visitas agendadas com preço a combinar
Acervo: educação ambiental, patrimônio natural e histórico e artefatos arqueológicos.


São José dos Campos


Museu do Esporte
Praça Afonso Pena, 29 – Centro.
Telefone: (12) 3921-4112
Horário: de 2a a 6a das 8:00 às 18:00 / Sábados das 8:00 às 14:00
Entrada: franca
Acervo: toda a história do esporte joseense desde 1910 com troféus, medalhas, jornais e fotos.


Museu do Folclore
Avenida Olívio Gomes, s/nº - Localiza-se dentro do Parque da Cidade.
Telefone: (12) 3924-7302
Horário: de 2a a 6a das 9:00 às 12:00 / 14:00 às 17:00
Entrada: franca
Acervo: localizado em uma das antigas casas de hóspedes da família Gomes. Foi reestruturada e hoje abriga o Museu do Folclore, uma instituição que divulga o folclore da cidade e da região desenvolvendo atividades, encontros e exposições.

Museu Municipal de São José dos Campos
Avenida Olivo Gomes, 100 – Santana - Cep: 12211-420.
Telefone: (12) 3924-7309 Fax: 3941-8577
Horário: das 8:00 às 17:00
Entrada: fechado temporariamente ao público
Acervo: coleção de Arte Sacra, de Artes Visuais, peças do observatório astronômico Galileu Galilei, objetos do Cine Paratodos, entre outros documentos e fotos.

Museu e Relicário do Padre Rodolfo
Rua Padre Rodolfo, 28 - Vila Ema.
Acervo: o museu guarda desde 1983 os objetos pessoais do padre, que muitos acreditam ter realizado milagres durante o tempo em que viveu na cidade de São José dos Campos.


MAB - Memorial Aeroespacial Brasileiro
Avenida Brigadeiro Faria Lima, s/nº, Jardim da Granja.
Telefone: (12) 3947-3046 / 3210 / 3310 / 3311 e
www.cta.br/mab.htm.
Horário: de terça a sexta-feira, visitas pré-agendadas, sábados domingos e feriados: das 10h às 17h.
Entrada: franca
Acervo: o ambiente “Ensino” apresenta curiosidades de 1950.O ambiente “Aeronáutica” expõe as primeiras e as principais pesquisas do CTA. O ambiente “Bélico” mostra itens pesquisados e desenvolvidos pelo CTA e pelas empresas Avibrás e Mectron, representado a indústria bélica brasileira. Os ambientes “Espacial” e “Pesquisas Associados” apresentam exposições sobre os foguetes VLS e VLS-1

Capela Nossa Senhora Aparecida (futuro Museu de Arte Sacra)
Travessa Chico Luiz, 67, Centro (ao lado Mercado Municipal).
Telefone: (12) 3921-7226
Horário: de segunda a sexta das 8h às 17h.


São Luiz do Paraitinga


Museu Histórico e Pedagógico Osvaldo Cruz
Rua Osvaldo Cruz, 4.
Entrada: franca
Acervo: monumento histórico estadual desde 1956. A casa onde nasceu Osvaldo Cruz abriga o museu que possui peças, móveis, jornais e documentos sobre a cidade.


São Sebastião


Museu de Arte Sacra
Rua Sebastião Silvestre Neves, 90.
Telefone: (12) 3892-4286
Horário: diariamente das 10h às 17h
Entrada: franca
Acervo: arte sacra e destaque para as imagens encontradas nas paredes da Igreja Matriz.


Silveiras

Casarão Tropeiro
Praça Padre Antônio Pereira de Azevedo, 65-Centro.
Entrada: franca
Acervo: biblioteca, livraria, cursos e núcleo de pesquisa tropeirista. Hospedaria em casarão do século XIX, decorado com peças autênticas e culinária típica.


Taubaté


Museu de Arte Sacra
Praça do Convênio, s/nº -Largo do Pilar – Centro.
Telefone: (12) 3625-5058
Horário: de segunda a sexta, das 11:30 às 17:00h.
Entrada: franca
Acervo: patrimônio histórico do Estado de São Paulo. A Capela Nossa Senhora do Pilar tem um acervo precioso de Arte Sacra e exposições temporárias.

Divisão de Museus, Patrimônio e Arquivo Histórico Municipal de Taubaté
Avenida Tomé Portes Del Rei, 925 – Jardim Ana Emília
Cep: 12.070-610.
Telefone: (12)3625-5059
Horário: de terça a sexta: das 8:00 às 11:30 / Sábados e domingos: das 9:00 às 12:00
Entrada: franca
Acervo: volumoso acervo em peça e documentos raros sobre o Vale do Paraíba. Exposições permanentes e temporárias, palestras, etc.

M.H.P. Monteiro Lobato
Avenida Monteiro Lobato, s/nº -Chácara do Visconde Cep: 12.050-830.
Telefone: (12) 3625-5062
Horário: das 9:00 às 17:00
Entrada: franca
Acervo: o local abriga um acervo relativo à obra do escritor com atividades dedicadas às crianças.

Museu da Imagem e do Som
Avenida Tomé Portes Del Rei, 761 - Jardim Ana Emília Cep: 12070-120.
Telefone: (12) 3625-5059
Horário: está temporariamente fechado.
Entrada: franca
Acervo: discos, partituras e material relativo à música, inclusive da região valeparaibana.

Museu da Imigração Italiana
Avenida Líbero Indiani, 550 - (Distrito de Quiririm).
Telefone: (12) 3686-3040
Horário: aberto de terça a domingo
Entrada: franca
Acervo: documentos, fotografias, e peças relativas às famílias italianas que se estabeleceram na região.

Museu do Caipira
Avenida Nove de Julho, 199 cep: 12020-200.
Horário: fechado temporariamente, aberto apenas para pesquisadores.
Entrada: franca
Acervo: história, arqueologia, etnologia, Amacio Mazzaropi e Monteiro Lobato.

Museu Mazzaropi
Estrada Municipal dos Remédios, 2380, Bairro dos Remédios.
Cep: 12086-000
Telefone: (12) 3634-3400
Horário: terça a domingo, necessário agendamento.
Entrada: confirmar
Acervo: a vida e a obra do cineasta.

Museu de História Natural
Rua Juvenal Dias de Carvalho, 111 – Jardim do Sol (Próximo à Estação Rodoviária Nova).
Telefone: (12)3632-7008 / 3631-2928
Horário: das 10:00 às 12:00 – 14:00 às 17:00
Entrada: R$ 3, 00.
Acervo: réplicas de fósseis de dinossauros, mamíferos e aves. Ao lado da Paraphysornis, outro destaque do museu é o crânio do Tyranosaurus rex. O acervo do museu contém milhares de peças desde grandes dinossauros até pequeninos insetos.


Ubatuba


Museu Histórico
Praça Nóbrega, 08.
Horário: segunda a sexta, das 08h às 18h.
Entrada: franca
Acervo: vestígios arqueológicos.