Quando vi esta pintura da Infanta Margarida, foi como se estivesse apenas abrindo um álbum de família.
Tantos livros apreciados nesses trinta e nove anos, tantas imagens ilustrando os caminhos da história que nosso imaginário coletivo vai construindo.
Mas Maria Madalena me encantou, seus cabelos longos, seu rosto enigmático...
... seu segredo tão conhecido aqui no Brasil nos tempos de Colônia. Maria Madalena foi novidade para meus olhos registradores. Há sempre o que aprender ainda.
Foram horas e horas de encontro com pintores, escultores. Homens sonhadores, antes.
O angustiado Miguel Ângelo (prefiro assim), seus escravos fugindo do mármore de sua alma. Leonardo, Donatelo, Rafael, Velázquez, Poussin, Goya, Rubens...
Quantas danças em silêncio, no abraço da alma, com a inspiração e a verdade. Música, por favor!
Quanto pode o homem?
O escriba de meus livros de história...
... tão menor do que eu imaginava, tão maior que tantos!
A brevidade da vida, por isso viver intensamente e com sabedoria é preciso.
Viver com respeito, viver apenas.
Viver no silêncio dos justos, na alegria dos inocentes e na expectativa dos sonhadores, é preciso mais?
Somos, vivemos, estamos entre tantos de nós.
Deixamos sempre um pouco de nós, ou mais do que desejamos, ou menos do que gostaríamos...
... mas sempre fica parte de nós, se assim acharem por bem.
Abri meus olhos, fiz reverência respeitosa aos que estiveram antes de mim, apreciei o belo dos outros, me senti pequenina tamanha imensidão da humanidade e...
... soube ser feliz assim, do meu tamanho ante toda uma humanidade.
Paz e bem!
Sônia Gabriel