Caros amigos, se puderem, leiam a coluna Memória do Jornal Valeparaibano. O assunto desta semana, dia 10/02, é sobre a Escola Rui Rodrigues Dória (Santana), antiga Escola Paroquial Olivo Gomes. Fala também sobre seu fundador Monsenhor Luiz. O texto é da Isabela Rosemback, está muito legal!
A matéria cita o trabalho de resgate que eu e minhas colegas professoras desenvolvemos na escola e a pesquisa de nosso colega Carlos Alberto Fernandes Pinto.
Paz e bem!
Sônia Gabriel
"valeviver
Cheia de histórias, escola Rui Dória completa 47 anos
São José dos Campos
Isabela Rosemback
Daqui a uma semana, a escola estadual Doutor Rui Rodrigues Dória completa 47 anos no bairro Santana, à zona norte de São José dos Campos. Por ela, passaram milhares de joseenses e, muito da história e do patrimônio que ela reserva, foi descoberto recentemente por um grupo de professores.Durante as reformas da unidade, muitos dos documentos arquivados foram relidos e revelaram novas informações sobre a inauguração e a posterior venda da escola ao governo estadual.Uma dentre os professores que levantaram esses dados é a historiadora Sônia Gabriel, que reuniu dados com o intuito de um dia transformar esse histórico em livro.A construção da escola, popularmente conhecida como 'Rui Dória', foi tocada por Monsenhor Luiz Cavalheiro, padre muito querido na zona norte e que era conhecido como o "xerife" ou o "prefeito" do bairro Santana.A ideia era levantar uma unidade educacional naquele local, que era o centro da região norte da época, para que os filhos dos funcionários da Rhodia e da Tecelagem Parahyba pudessem estudar. Uma lei federal da época obrigava empresas com mais de 100 operários a oferecerem condições de ensino para os filhos desses trabalhadores.A obras tiveram início em 1961 e, no ano seguinte, a unidade foi inaugurada. Monsenhor foi quem tomou a frente da construção e, exigente que era, contratou a melhor equipe para executar o serviço. Ele acompanhava de perto a evolução do prédio, que era financiado pelas empresas.Em 1961 foi que a primeira turma foi aberta, em um sala improvisada no salão do asilo dos Vicentinos, atrás da igreja matriz do bairro. Lucila de Fátima Lima Barros pertenceu a esse grupo.A cada ano uma série era inaugurada, até que as quatro passaram a existir. "Cada ano era uma freira diferente que dava aula, mas a minha professora da primeira série deu um jeito de acompanhar minha turma todos os anos", disse.Quando foi inaugurada a unidade nova, ela recebeu o nome de "Escola Paroquial Olivo Gomes" e tinha capacidade para atender 640 alunos. A atual vice-diretora da unidade, Cleide Maria Fonseca Gouvêa Pereira, 59 anos, foi uma dentre os matriculados."Antes eu estudava na Sant'Anninha, mas meu pai trabalhava na Tecelagem e tanto ele quanto minha mãe eram muito católicos e se animaram para me inscrever. Na época todos queriam estudar nela, mas ainda era fechado aos filhos dos funcionários", disse.Ela e suas colegas usavam uniformes que se assemelhavam a um avental. Era um vestidinho xadrez azul marinho que tinha mangas e eram abotoado atrás. Nos pés, os sapatinhos tinham de ser pretos e as meias brancas.Quem dava as aulas eram as freiras da Congregação Cordimariana, chamadas do nordeste, por Monsenhor Luiz, especialmente para dar aulas a essas crianças."Todas elas tinham sotaque de lá e a gente achava isso muito chique. Elas eram mais ou menos rígidas, não eram tanto. Era tudo muito organizado, a gente andava em filas e, se um professor faltasse, enquanto um substituto não chegasse a gente tinha de ficar rezando o terço", conta.Em cada uma das salas havia um crucifixo e a oração "Pai Nosso" era rezada em todo o começo de aula. Monsenhor Luiz administrava a escola, dava aulas de religião, e andava pelo pátio brincando com as crianças.No registros da paróquia, a historiadora Sônia Gabriel encontrou uma anotação do padre que dizia que a inauguração da escola havia sido "um acontecimento de máxima importância para a nossa paróquia e um presente do céu".Na década de 1980, a escola foi vendida ao governo do estado e, em 2007, ela passou por uma reforma de ampliação. (leia texto nesta página).
Na década de 1980, Monsenhor Luiz estava ocupado com as obras do hospital Pio 12 e já não estava dando conta de cuidar da escola e dos demais projetos que tocava. Na mesma época, as empresas que financiavam a escola já estavam declinando, o que também dificultava a manutenção das atividades escolares.Neste período, então, ele decide vender a unidade ao governo estadual. Quem o conheceu de perto ou ouviu relatos de quem era muito próximo do padre, conta que ele sempre foi muito determinado e não era de pedir opinião aos outros quando tomava alguma decisão."Ele sempre inovava e construía outras coisas, como a creche. Era bem relacionado e sempre dava um jeito de conseguir o que ele queria. Seu parentesco com Carvalho Pinto e o ex-presidente Rodrigues Alves colaboravam para isso", disse o historiador Carlos Alberto Fernandes Pinto, 43 anos, autor de um livro sobre a vida de monsenhor.Quando vendeu a escola ao Estado, Pinto conta que houve uma solenidade em que estiveram presentes representantes estaduais. A historiadora Sônia Gabriel afirma que já ouviu relatos de que ele teria soltado fogos quando fechou negócio.Em 2007, a escola passou por nova reforma, que ampliou as salas e ganhou nova pintura. Mesmo assim, o cuidado em preservar a história da escola ainda é estimulado na unidade com projetos desenvolvidos em conjunto com alunos e professores. O último grande projeto de resgate histórico foi realizado em 2006.
A inauguração da escola aconteceu no dia 17 de fevereiro de 1962, em uma celebração iniciada às 17h. Uma fita foi descerrada pela viúva de Olivo Gomes. O bispo auxiliar de Taubaté, D. Gabriel Bueno Couto, foi quem fez a bênção litúrgica.Ex-alunos contam que quando as aulas começaram, os meninos estudavam em salas separadas das meninas. Outra lembrança comum, é a imagem grande de um anjo que ficava no pátio desde que a unidade foi inaugurada, mas que há um ano quebrou e teve de ser substituída."A gente dizia que era o anjo Gabriel, mas ninguém sabia que anjo era aquele. Os mais religiosos costumavam ajoelhar em frente a ele e fazer o sinal da cruz", conta a Cleide, atual vice-diretora.Esse anjo chegou a ser levado para a casa das irmãs, que fica na mesma rua do Rui Dória, quando a escola passou a ser do estado. Mas houve, à época, uma procissão de alunos pedindo para que ela voltasse ao pátio, para onde voltou e ali permaneceu até o ano passado.Em um inventário descoberto à ocasião da reforma, a historiadora Sônia Gabriel identificou muitos dos objetos e adereços que compunham a escola antes de ser vendida ao estado, mas que não existem mais.Alguns exemplos seriam as 11 persianas em estado regular, 5 porta guarda-chuvas, 10 cortinas duplas de fazenda, uma prateleira de madeira e uma estante grande de três portas de vidro."A única coisa que resta daquela época é uma antiga geladeira, daquelas pesadas que têm de ser abertas com as duas mãos", disse Sônia."
Fonte: Jornal Valeparaibano - Coluna Memória
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3 comentários:
Li e gostei muito. Parabéns por mais esta reportagem. Valorizar o lugar que trabalhamos nos dá orgulho e aos nossos alunos também.
Um ótimo retorno companheira...
Um abraço,
Ká
preciso da ajuda de alguem dessa escola sou do espirito santo vila velha meu filho estudou aí o ano passado,nao deu tempo de pegar o historico dele estou precisando com urgencia por favor mandem para meu email ,o nome dele é bruno souza prates eu sou a mae simone de souza gonçalves o pai dele dirceu prates filho.SOCORRO ME AJUDEM POR FAVOR PRECISO DESSE DOCUMENTO...meu telefone é...02799346488 meu email sibrudivv@hotmail.com
gostei documentário estudei ai na escola no ano de 1975 no 3 ano primário em 1976 fui para 4 ano gostaria do Estoril , meu nome é Mario antonio fabris , moro na cidade de campinas sp na rua rodolfo de tela 238 CEP 13060-625 no jardim yeda , peço o Estoril .me ajuda ? meu fone 19--91217114
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