terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Coluna Crônica: Jornal de Caçapava


Lições da Natureza

( Publicada no Jornal de Caçapava de 30 de outubro a 05 de novembro de 2009)

Estamos em um tempo onde se observa claramente a necessidade que o homem tem de estar em contato com a natureza. Depois de quase extinguí-la. Em qualquer loja de conveniência e supermercado podemos encontrar todo tipo de plantas, vasos, produtos para serem cultivados em floreiras dispostas em nossas varandas, sacadas, janelas, onde for possível estarmos em contato com o aconchego que o verde nos dá. Tenho o privilégio de morar em um agradável local que mantém, ainda, uma considerável área verde; tenho por hábito caminhar nas proximidades da pequena mata, ora acompanhada, ora sozinha e gosto de observar os casais de pica-paus, corujas, pássaros diversos e de vez em quando alguns animaizinhos não tão desejáveis como ratinhos e aranhas, mas enfim é o preço de um bem maior...
Hoje a natureza me trouxe mais que o aconchego, me deu uma lição de vida.
Assunto preferido de nossas caminhadas (eu e minha vizinha) os filhos estão sempre em pauta, uma hora estão nos elogios, em outra nas preocupações, os dela mais velhos estão sempre a enchendo de ansiedades e expectativas e as vezes nos pegamos questionando se não estamos sendo radicais, muito tradicionais os mantendo sempre a vista, mas hoje chegamos a conclusão que estamos no caminho certo: dois cachorrinhos, bem pequeninos mesmo, passeavam tranquilamente nas proximidades da mata, mesmo sendo pouco a região tem movimento de automóveis, e os dois ou duas, não deu nem para diferenciar, estavam despreocupados em suas brincadeiras, em pouco tempo aprece a mãe, ela se aproxima, late, rosna, e nada, os dois não estavam nem aí. De repente, ela simplesmente abaixou, pegou o mais próximo pelo pescoço e saiu levando-o para a casa, ele latiu, chorou, tentou sair e não conseguiu se soltar. A cachorra deixou-o em segurança e voltou para buscar o outro. Enquanto tentava todas as peripécias novamente, o primeiro voltou. Num primeiro momento parece que desistiu, soltou o segundo e deu algumas voltas em torno deles, então se deitou bem próxima deles e ficou por ali. Comentei com minha companheira que eles haviam vencido. Resolvemos dar mais uma volta e quando passamos pelo mesmo lugar, lá estavam os cachorrinhos tentando fugir da boca da mãe, ela de novo em seu papel de levá-los para casa, mesmo sob protestos e latidos.

Sônia Gabriel

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