sábado, 11 de dezembro de 2010

Instituto Ecocultura divulga... A Gambá no Presépio!

O Instituto Ecocultura lança a simbólica campanha pelo retorno da gambá aos presépios do Vale do Paraíba. As histórias em torno dessa manifestação cultural são de extrema delicadeza e generosidade. Palavras de ordem nas manifestações culturais populares. Vão ao encontro aos objetivos da Ecocultura e das pessoas que trabalham pela cultura neste vale do rio Paraíba do Sul.

No livro ‘Objetos: percursos e escritas culturais’ do pesquisador Ricardo Gomes Lima, o autor conta que os presépios produzidos por nossos figureiros eram montados com as tradicionais figuras de São José, Nossa Senhora, o Menino Jesus, os pastores, os Reis Magos, os jumentinhos, as vaquinhas, o galo e a gambá. Ainda de acordo com o pesquisador, apesar de a tradição ser menos visível atualmente, a gambá tem uma simbologia muito forte no presépio valeparaibano e não consta que esta manifestação tenha sido tão latente em outras regiões do Brasil como no Vale do Paraíba.

Diz a lenda, que quando Nossa Senhora teve o Menino Jesus, de imediato não teve leite para amamentá-lo. A gambá, que também tinha parido recentemente, veio, generosa, oferecer seu leite para a Divina Criança. O lado humano de Nossa Senhora teve nojo do leite da gambá, não conseguindo imaginar dá-lo de beber ao filho, recusou a gentil oferta. Ao mesmo tempo, Nossa Senhora é Santa e quis recompensar a atitude de doação daquela mãe. Desde então, a gambá não sofre para ter seus filhotes por graça de Nossa Senhora. A gambá é uma marsupial e seus filhotes saem do útero para completarem a gestação numa bolsa externa, na barriga da mãe.

Consta que antigamente, no Vale do Paraíba, quando uma mulher iria dar a luz, a parteira colocava sobre o ventre da parturiente uma pele de gambá para que ela não sofresse com as dores do parto. Em alguns depoimentos confunde-se a gambá com a raposa, totalmente compreensível já que no Brasil as espécies de gambá não apresentam apenas as características mais difundidas pela mídia, tendo semelhança com a coloração de algumas raposas e ratos.

O cerne da presença da figura da gambá nos presépios valeparaibanos é a generosidade, característica esta que bem poderia ser sinônimo de Natal.

O valeparaibano agrega em sua formação humana tais características, nada mais propício valorizar esta tradição (mantida por raros figureiros) e ampliá-la.
Feliz Natal Valeparaibano!

8 comentários:

Unknown disse...

Oi, Sônia, muito interessante essa história sobre a figura e significado do gambá nos presépios do Vale do Paraíba. Meu esposo é especialista nesse assunto mas não tinha ainda, ouvido falar sobre isso. Com certeza, seus próximos presépios terão mais essa informação. Estou preparando as fotos do nosso para colocar no blog. Depois poderá dar uma olhada. Acho que vai gostar. Bj

Anônimo disse...

Gambá?! Essa eu não sabia. Eu gosto de gambás... Seria legal vê-los no presépio...
Milton

Anônimo disse...

eu quero um gambazinho!!!!!!!!!!!!!!!!
bjs cheirosos
Silel

Anônimo disse...

Sônia,

fantástico! já tinha lido a história da relação de alguns bichos com o nascimento de Jesus, é totalmente propícia essa campanha! adorei,
abraços,
Paulo

Silvia Rê disse...

Quando eu morava no bairro Dos Freitas, estrada, SP50, tinha um gambá que morava no forro da minha casa. No início pensei que era uma ratazana e fiquei com nojo, queria dar um jeito de me livrar dele. Com o passar do tempo vi que era um co-habitante totalmente pacífico e não me incomodei mais com ele. Foram 7 anos de convivência harmoniosa e seus barulhos até me faziam companhia. Ele vinha pelas árvores do quintal e entrava e saía quando queria. Descobri um animalzinho simpático e inofensivo. E o gambá brasileiro não é fedido, não!

Mistérios do Vale disse...

Sílvia, adoro quando recebo estes relatos, só acrescentam minhas informações e as histórias se ampliam. Obrigada. Paz e bem!
Sônia Gabriel

Robson Nascimento disse...

Gostei muito das informações. Obrigado de coração.

Mistérios do Vale disse...

Robson, eu é que agradeço a visita ao blog.
Paz e bem!
Sônia Gabriel