sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Coluna Memória - Mistérios de São José dos Campos.

Saiu no Jornal Valeparaibano, nesta terça-feira (28/10/2008), uma matéria sobre os Mistérios de São José dos Campos. Contei alguns que aprendi durante a pesquisa para o livro Mistérios do Vale. Se tiverem oportunidade, leiam. Para quem não tem acesso ao jornal é só entrar no site: http://www.valeparaibano.com.br/.

Paz e bem!
Sônia Gabriel

Matéria
Coluna Memória, acesso em 12/11/2008.
Quem já não teve medo de dormir sozinho depois de escutar uma daquelas histórias de prédios e locais mal assombrados? Transmitidas de geração para geração, as lendas urbanas estão presentes na história de alguns prédios de São José dos Campos e, muitas vezes, são utilizadas como ferramenta para contar as características de uma época. "É algo que provavelmente nunca vai morrer. Essas histórias se mantém mais vivas entre as crianças e os idosos e é do encontro dessas duas gerações que conseguimos manter viva essa oralidade", afirma Sônia Gabriel, pesquisadora de manifestações culturais populares.Um dos prédios joseenses que guarda essas histórias é o Teatro Municipal. Segundo Sônia, funcionários e técnicos do local afirmam escutar barulhos misteriosos nas cochias. "Também há relatos de que luzes se acendem e apagam de repente e poderiam ser a presença de antigos artistas ou visitantes que passaram pelo teatro", conta.Duas escolas de São José, no bairro Santana, também guardam histórias misteriosas. Uma delas é a Escola Rui Dória, na qual os estudantes contam que uma freira assombra o local andando à noite com uma lanterna ou uma lamparina na mão. "Diz a lenda que ela não gostava que deixassem as luzes acesas, por isso saía apagando", lembra Sônia.A figura da freira surgiu, segundo a pesquisadora, porque o prédio já abrigou uma Escola Paroquial com cursos noturnos. "É conhecida como o 'Fantasma da Freira'".Já a Escola Santa Paraíba, também em Santana, é conhecida pela assombração de índios. Segundo a lenda, o prédio já teria funcionado como um cemitério de índios. "É um prédio muito antigo e os estudantes ouvem esses barulhos", conta a pesquisadora.Ainda sobre o bairro Santana, Sônia lembra da lenda de Nhá Ritinha, que morreu em um antigo casarão do bairro. De acordo com a história, o pai de Nhá Ritinha, conhecido como Nhô Chico, providenciou um casamento para a jovem quando ela tinha 14 anos. A menina se casou com um dono de tropas de mulas e, insatisfeita com os maus tratos e a agressividade do marido, resolveu voltar para a casa do pai que, para surpresa da sociedade da época, a aceitou de volta. "Para afastá-la da cidade, o pai construiu um casarão na região de Santana, onde a jovem acabou morrendo de tristeza, debruçada na sacada do sobrado", conta Sônia.Anos depois da morte de Nhá Ritinha, moradores do bairro diziam ver, no final de tardes cinzentas, a mulher debruçada na sacada do casarão, com a mesma juventude de seus 14 anos.A pesquisadora também conta que a construção da Igreja São Benedito está relacionada a uma antiga lenda. O responsável pela obra, em meados de 1870, se chamava Zé Taipeiro. "Dizem que, por falta de dinheiro, a construção teve que parar várias vezes e a igreja chegou a ser inaugurada sem ser terminada".A lenda em torno da construção do prédio conta que um lavrador conhecido como João Ribeiro, do bairro Jaguari, estava reformando um velho casarão quando, ao quebrar uma das paredes, descobriu um panelão de barro enterrado com muitas barras de ouro. Diante da sorte, Sônia conta que o homem resolveu agradecer a Deus por meio da doação do dinheiro para o término da construção da igreja.
SÃO FRANCISCO - No distrito de São Francisco Xavier, a lenda não gira em torno de um prédio, mas sim de dois vultos de padres. Um deles, que teria sido assassinado por uma mulher como vingança, já foi visto por moradores em sua cadeira de balanço na casa em que morava na rua 13 de Maio. O outro padre que, segundo a lenda, tinha origem espanhola, continua rezando um terço durante as noites em busca de uma imagem perdida de São Francisco Xavier.

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