O que me espanta é a atualidade do que registramos há tempos.
(Publicado no Jornal Valeparaibano)
Está chegando a hora
Todo ser humano é político. Frei Betto diz oportunamente que “quem tem nojo de política é governado por quem não tem”. O “nojo” que muitos têm em relação à política não se refere diretamente a ela, mas a quem a pratica.
Política é a arte de bem governar os povos e é também, por definição, a habilidade no trato das relações humanas, com vista à obtenção dos resultados desejados. Nada mais oportuno. E creio que aí resida o fato histórico do brasileiro se relacionar com um certo asco com a política.
No Brasil, por uma questão educacional, a política não é ensinada, como deveria, nas escolas, não é discutida em casa e quem o faz corre o risco de ser isolado do grupo, estereotipado de chato, acusado de perder seu precioso tempo. No entanto, os políticos são assunto constante. Os políticos se tornaram “a política”, e assim, por efeito de uma causa mal administrada, não sabemos política.
Todo ser humano é político. Faz-se escolhas durante toda uma existência e nem todas elas dizem respeito somente a nós mesmos. A vida em comunidade é a regra mãe da sobrevivência humana. O homem é o mais frágil dos seres, por isso a coesão se faz necessária mesmo que sejamos tratados como falanges sem lume.
A coesão com propósito é a força de um povo. Nosso receio em relação à vida política foi habilmente forjado desde nossa infância enquanto brasileiros.
No Brasil Colônia nossos administradores já davam conta da exploração sob a designação de Homens Bons, eram aqueles que possuíam mais recursos e influência os que respondiam por tal alcunha. Em um país que sempre viu a desigualdade imperar é fácil compreender porquê tão poucos dominam a arte da política.
Após a independência veio a luta pelo voto, luta esta que apesar de manifestar-se pela participação popular eram sempre encabeçadas pela elite (fazendeiros, jornalistas, intelectuais, advogados...) que dispunha de mais conhecimento em busca de seus interesses particulares.
No decorrer de nossa História serão muitas as lutas pela participação política, a república, o voto feminino, a extinção do voto de cabresto. Notaremos a condição dos excluídos: ou não vota ou necessita de “auxílio para votar”, afinal não têm como fazer as escolhas certas; maridos, empregadores, fazendeiros se encarregaram de direcionar o sagrado direito de escolha de modo a não atrapalhar o propício desenvolvimento da nação. E luta-se pelo voto secreto.
Na impossibilidade da interferência direta assistimos ao vertiginoso desenvolvimento da publicidade política, campanhas eleitorais milionárias, valendo-se de técnicas sofisticadas de convencimento de nós eleitores. Somos homens, mulheres, analfabetos, jovens com menos de dezesseis anos que podemos e devemos votar, é direito do cidadão participar, mas continuamos a não saber a arte da política. A de bem governar os povos.
Diante da falta de conhecimento o voto se tornou mercadoria, é trocado por cestas básicas, cirurgias, materiais de construção, a legalização de um terreno, remédios... E a mídia, escandalizada denuncia, aponta, tudo superficialmente, durante as campanhas políticas, de dois em dois anos. Não há como condenar aqueles que pensam que talvez a única coisa que conseguirão de seus candidatos é o que necessitam de imediato. Não sabem, assistem coligações de ocasião, políticos profissionais desmantelarem nossas mais profundas ideologias; desconhecem seus direitos, e principalmente seus deveres de cobrar, vigiar, interferir, não aprenderam, e não aprenderam porquê ainda se dissemina (para o nosso inconsciente coletivo) que gosto, religião e política não se discutem...
Mas se lamentam!
Todo ser humano é político. Frei Betto diz oportunamente que “quem tem nojo de política é governado por quem não tem”. O “nojo” que muitos têm em relação à política não se refere diretamente a ela, mas a quem a pratica.
Política é a arte de bem governar os povos e é também, por definição, a habilidade no trato das relações humanas, com vista à obtenção dos resultados desejados. Nada mais oportuno. E creio que aí resida o fato histórico do brasileiro se relacionar com um certo asco com a política.
No Brasil, por uma questão educacional, a política não é ensinada, como deveria, nas escolas, não é discutida em casa e quem o faz corre o risco de ser isolado do grupo, estereotipado de chato, acusado de perder seu precioso tempo. No entanto, os políticos são assunto constante. Os políticos se tornaram “a política”, e assim, por efeito de uma causa mal administrada, não sabemos política.
Todo ser humano é político. Faz-se escolhas durante toda uma existência e nem todas elas dizem respeito somente a nós mesmos. A vida em comunidade é a regra mãe da sobrevivência humana. O homem é o mais frágil dos seres, por isso a coesão se faz necessária mesmo que sejamos tratados como falanges sem lume.
A coesão com propósito é a força de um povo. Nosso receio em relação à vida política foi habilmente forjado desde nossa infância enquanto brasileiros.
No Brasil Colônia nossos administradores já davam conta da exploração sob a designação de Homens Bons, eram aqueles que possuíam mais recursos e influência os que respondiam por tal alcunha. Em um país que sempre viu a desigualdade imperar é fácil compreender porquê tão poucos dominam a arte da política.
Após a independência veio a luta pelo voto, luta esta que apesar de manifestar-se pela participação popular eram sempre encabeçadas pela elite (fazendeiros, jornalistas, intelectuais, advogados...) que dispunha de mais conhecimento em busca de seus interesses particulares.
No decorrer de nossa História serão muitas as lutas pela participação política, a república, o voto feminino, a extinção do voto de cabresto. Notaremos a condição dos excluídos: ou não vota ou necessita de “auxílio para votar”, afinal não têm como fazer as escolhas certas; maridos, empregadores, fazendeiros se encarregaram de direcionar o sagrado direito de escolha de modo a não atrapalhar o propício desenvolvimento da nação. E luta-se pelo voto secreto.
Na impossibilidade da interferência direta assistimos ao vertiginoso desenvolvimento da publicidade política, campanhas eleitorais milionárias, valendo-se de técnicas sofisticadas de convencimento de nós eleitores. Somos homens, mulheres, analfabetos, jovens com menos de dezesseis anos que podemos e devemos votar, é direito do cidadão participar, mas continuamos a não saber a arte da política. A de bem governar os povos.
Diante da falta de conhecimento o voto se tornou mercadoria, é trocado por cestas básicas, cirurgias, materiais de construção, a legalização de um terreno, remédios... E a mídia, escandalizada denuncia, aponta, tudo superficialmente, durante as campanhas políticas, de dois em dois anos. Não há como condenar aqueles que pensam que talvez a única coisa que conseguirão de seus candidatos é o que necessitam de imediato. Não sabem, assistem coligações de ocasião, políticos profissionais desmantelarem nossas mais profundas ideologias; desconhecem seus direitos, e principalmente seus deveres de cobrar, vigiar, interferir, não aprenderam, e não aprenderam porquê ainda se dissemina (para o nosso inconsciente coletivo) que gosto, religião e política não se discutem...
Mas se lamentam!
Sonia Gabriel
2 comentários:
Parabéns pelo texto. Não vamos nos lamentar!
Beijos
Rita Elisa
Muito bom, Sônia.
Imprimi e colei no mural da Secretaria de Meio Ambiente.
Beijos,
Teresa
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