segunda-feira, 11 de maio de 2020
Em tempos de pandemia - Encontro com universitários da Unifatea
Encontro com professores e universitários da pós-graduação da Unifatea - Lorena. Obrigada , Neide Arruda de Oliveira e Luiz Eduardo Corrêa Lima pelo convite. Foi uma tarde de sábado produtiva e acalorada. Eu sou sempre muito acolhida por vocês todos! Gratidão e espero ter contribuído! 25/04/2020
segunda-feira, 2 de março de 2020
FLIM 2019 - Um momento inesquecível...
Imagens: https://www.facebook.com/parquevicentinaaranha/photos/pcb.2398405696921412/2398405310254784/?type=3&theater
Vídeo completo: https://www.facebook.com/parquevicentinaaranha/videos/2617167804982062/, mesa a partir de 0: 52: 00
terça-feira, 30 de julho de 2019
Crônica - A (nossa) escola
Nesses dias de
retorno às aulas, pergunto aos companheiros da minha geração dos quarentões,
como era quando vocês eram estudantes ou alunos (é, há diferença)? As primeiras
respostas provavelmente serão carregadas
de saudosismo, elas nos chegarão com a névoa do tempo passado, suavizadas por
nossa memória seletiva e celebraremos os sucessos de aprendizagem, nossas
disciplinas prediletas, os bons professores, os colegas mais próximos, os
perfumes da merenda e dos livros novos, a euforia do recreio (interessante como
passou a chamar-se intervalo), a belezura dos uniformes, o chegar das férias, a
ansiedade dos retornos aos bancos escolares a cada novo período letivo.
Ecoarão relatos
de que éramos excelentes alunos, obedientes, disciplinados, respeitávamos
nossos professores e os funcionários da escola, não faltávamos, nosso material
era impecável, prestávamos atenção em todas as aulas, sentávamos todos na parte
da frente da sala (?????), não deixávamos de entregar as tarefas e os trabalhos
solicitados, nossas notas eram excelentes e, mesmo quando a matéria era difícil,
nossa disciplina nos estudos nos faziam alcançar as melhores médias.
A nossa escola era muito diferente desta de
hoje, não havia violência, os alunos aprendiam e quando algum aluno não se
encaixava nesse modelo descrito, era convidado a se retirar da instituição de
ensino. As salas não eram superlotadas,
ninguém ia para a aula sem material e não faltavam em dia de avaliação.
Chego a sonhar
com a invenção da máquina do tempo e voltar para ser professora nessa época, o
problema seria localizar o tempo para a chegada do equipamento, pois essa
escola sem problemas, quase perfeita, nunca existiu. Basta visitar a História
da Educação, a história dos professores e alunos brasileiros. Aparando as
arestas do “nunca existiu”, obviamente muitas dessas referências eram fatos e
outras não, em distintas memórias. A escola das nossas memórias é só nossa, é
afetiva.
Mas a escola in
veritas sempre teve muitas questões e essa afirmação recorrente de que ela foi melhor do que a de agora é discutível,
carece de informações e reflexões profundas como qualquer construção de conhecimento. Não
é tarefa para uma singela crônica.
Pois é, a
crônica! O que me trouxe a estas linhas foi considerar que a escola, em geral,
para muitos alunos, é chata. Ficar ao menos cinco horas por dia em um local
fechado, sentado em cadeiras duras, num entra e sai de professores em que
muitas disciplinas não são do gosto para crianças e adolescentes, pedindo atenção
e concentração quando o celular é bem mais divertido (já foram a rua, o
radinho, o videogame, a televisão...), escutando coisas que não se sabe para
que servem ou tendo que “saber sobre o
tempo em que nem tinha nascido” não é tão simples.
Eu não estou
justificando indisciplinas graves nem violências, antes que a tentação de
tornar rasa essa prosa nos engula. Estou pensando na maioria dos nossos alunos,
no comportamento que observamos no cotidiano escolar, na necessidade constante
de ir ao banheiro que eles desenvolvem da primeira à sexta aula. E, para tentar
entender pensei em mim.
Pois bem, eu
não fui a melhor aluna da sala, não
aprendia tudo num estalo, não fui uma aluna brilhante, não tive apenas notas altas. Era muito
caprichosa e dedicada, isso sim. Adorava ir à escola no primário; sofri no ginásio,
pois tive que trabalhar para ajudar em casa; detestei o colegial e me encontrei
no magistério. Aprender a estudar mesmo foi algo que se concretizou na
faculdade e o encantamento foi tanto que nunca mais parei de fazê-lo.
É como se
entre o despertar do primário e as descobertas do conhecimento na universidade, existisse um abismo que é abrandado
pelas lembranças de poucos professores que solicitam respeito da minha memória;
no entanto, muitos nomes sequer lembro,
não recordo a maioria dos conteúdos. Devido minha aptidão para humanas, as
disciplinas que me marcaram foram Arte e Língua Portuguesa.
Não conseguiria compreender as Ciências
Humanas sem a instrumentalização da Literatura, da escrita e da Arte. É certo,
para mim, que são ferramentas para todos os demais aprendizados escolares. Essas
pérolas suavizam qualquer esforço exigido seja de Humanas, Biológicas ou
Exatas. São saberes que nos humanizam, nos ajudam a caminhar pela dolorosa e
prazerosa descoberta do eu que nos motiva a continuar acreditando no ser humano,
conscientes de que enquanto professores somos eternos estudantes; sem realizar
isso em nossas reflexões fica impossível entrar nas salas de aulas com as demandas
que tem nos exigido.
Nessa volta
aos dias letivos, torço para que as aulas de História (meu lugar de fala) que
eles acham tão chatas possam ser mais agradáveis e que eu consiga ajudá-los a
olhar para nosso passado de forma atenta o que tem sido muito necessário.
Tomara que minha paixão pela história das pessoas, pela nossa cultura, consiga
contagiar ao menos alguns, só não dá para desistir.
Ah, quanto aos
parênteses, voltaremos a eles em outra prosa.
Bom trabalho,
bom estudo, paz e bem!
Sônia Gabriel
quinta-feira, 20 de junho de 2019
terça-feira, 4 de junho de 2019
Crônica - Desejo muitas roupas usadas, muito usadas!
Coloquei algumas fotos em uma rede social e dentre elas, havia uma em que eu estava de vestido, chinelos e coque naquela moda “estou em casa”. Mas o vestido parece ter intrigado algumas conhecidas, pois uma delas me perguntou, mais diretamente, como eu tinha coragem de usar um vestido novo na terra. Eu fiquei muito pensativa sobre como os olhares podem ser intrigantes. Um dos pensamentos me levou a notar algo em mim que eu não tinha, ainda, prestado atenção.
Eu não tenho vestidos novos, ou
melhor eu não tenho vestidos guardados só para algumas ocasiões. Geralmente,
uso minhas roupas, sapatos e acessórios cotidianamente. Não compro uma roupa
que terei que esperar algum momento específico para usar. Já que a questão foi
sobre vestidos, sim, eu adoro vestidos. São práticos, não precisam de muito
espaço para serem acondicionados e permitem mais conforto que mais peças ao
mesmo tempo. Sou descendente de indígenas, não gosto de roupa. Por isso, amo a
primavera e o verão, as estações dos vestidos.
Voltando ao tema, não espero uma
ocasião para usar um vestido assim como não espero uma ocasião para presentear
quem amo, para almoçar fora com familiares e amigos, para tomar café com as
confidentes, para ajudar solicitantes, para beijar a face que me acolhe. Eu me
arrumo para mim, para minha família, para meu amor, para meus alunos, para
aqueles que me querem bem.
Não espere para gostar-se e, por
consequência, gostar de tantos quantos queiram abastecer de amor esse mundo que
caminha para um individualismo triste. De segunda a segunda, coloque sua melhor
roupa, não espere por algo que já demora ou nem aconteça; faça a festa em seu
coração, sorria de boca escancarada, mostre o mais bonito em você para si mesmo
e depois espalhe. Não deixe nenhuma roupa nova lembrá-lo que você está na vida
esperando... Reticências só nos textos. Sigamos um dia de cada vez vivendo de
verdade, se possível.
Eu desejo que minhas bolsas se
gastem, meus sapatos se rasguem, meus vestidos se desbotem de tanto uso, de
tantas caminhadas, de tantas esperanças cotidianas de continuar fazendo valer a
pena e o tinteiro acordar todos os dias junto com as manhãs. A tristeza, que um
dia tocou em minha porta, não conseguiu entrar, pensou que eu saía para uma
festa. Que nada! Ia ao supermercado cotidiano das existências simples, a minha
existência.
Eu desejo que vocês não tenham "roupa nova", usem todas!
Sônia
Gabriel
quarta-feira, 24 de abril de 2019
Evento Cultural - Academia Cachoeirense de Letras e Artes, Cachoeira Paulista - SP.
Espero vocês lá...
Paz e bem!
Imagens em: /www.facebook.com/photo.php?fbid=1428933973915798&set=pob.100001606437661&type=3&theater
sexta-feira, 4 de janeiro de 2019
quarta-feira, 19 de dezembro de 2018
Crônica - Colares
Todo final de
ano, eu faço uma revista em minha coleção de colares e distribuo. É um momento
tenso, sim, muito tenso. Eu me obrigo a doar alguns, dez no mínimo. Se não
fizer isso, terei que construir um quarto só para eles, algum dia, pois sempre
ganho mais que distribuo. Eu desenvolvi um fascínio pelos colares. Guardo o
primeiro que comprei. A partir daí, sempre que podia, adquiria mais um. Comecei
pelos artesanais e pelos mais simples e com o passar dos anos, fui me
encantando pelos mais elaborados.
Os amigos e
parentes percebendo meu gosto pelo adorno passaram a me presentear e a coleção
foi aumentando. Cheguei a ter 130 exemplares reunidos e, veio o estalo de que
isso era um absurdo! Não tinha caixa e gaveteiro o suficiente para guardá-los,
considerando que também gosto das pulseiras, anéis e brincos.
A questão do
adorno sempre me fascinou, creio que por eu não saber ser vaidosa. Não sei me maquiar, no cabelo faço o corte mais
prático que existe: o bagunçado. As pessoas pensam que é estilo e eu sei que é
falta de jeito. Os colares são, então, meus grandes aliados. Elegantes,
práticos, despojados, delicados, exuberantes, alegres, sensuais... Não importa
a roupa que coloco, adorno com um colar e pronto! Sinto-me arrumada!
No Museu do
Louvre, eu vi alguns dos colares mais antigos do mundo e foi muito intrigante
perceber que os gostos realmente não mudaram tanto. As peças em ouro, as pedras
preciosas, o designer dos ourives de há milhares de anos ainda seduzem os
olhares femininos. Consegui ver-me usando a maioria deles. O que enfeitava as
rainhas e sacerdotisas hoje estão ao alcance de todas nós plebeias com metais
menos nobres, mas de colorido e estilo igualmente belos. Viva as bijouterias!
Das barracas
nas feiras de artesanato às barracas no comércio popular, das lojas temáticas
às joalherias dos centros comerciais mais badalados, há colares para todos os
bolsos e gostos. Eu pareço criança em loja de brinquedos diante da diversidade
de colorido, forma, textura e imaginação. Sim, os colares aguçam nossa imaginação.
Eles enviam recados, basta o exercício divertido de desvendar. Mas o recado
principal é o cuidado de se gostar. Escolher um colar, aproximá-lo do pescoço,
ver-se adornada por ele é saber-se bonita. E, saber-se bonita é um direito de
todas nós. É isso, os meus colares me lembram que sou bonita para mim! Que sou
bela com a minha idade, com as minhas características físicas, com as minhas
cicatrizes, com a minha história.
Toda mulher é
bela, está intrínseco em nossa condição feminina. A beleza se manifesta em cada
uma de nós em nosso modo de encarar a vida, as batalhas cotidianas, as
alegrias, as tristezas, as vitórias, os desafios; nós nos encontramos nos
nossos detalhes mais íntimos, no nosso empoderamento por meio de escolhas. Há
mulheres que escolhem como lembretes da sua beleza: roupas, sapatos,
maquiagens, bolsas, brincos, pulseiras, anéis, cortes de cabelos, modos de
sentar, modos de sorrir, jeitos de olhar... Eu escolhi os colares! Sem eles, me
sinto tela inacabada, texto sem desfecho, manhã sem brisa...
Sônia Gabriel
Assinar:
Postagens (Atom)