segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Coluna Memória sobre lendas do Vale

Matéria sobre manifestações culturais populares, foi escrita pela Isabela , no Jornal Valeparaibano em 25 de agosto de 2009.
Aguardo os comentários de vocês...
Paz e bem!
Sônia Gabriel


"Lendas e causos fazem parte do folclore São José dos Campos
Em materiais sobre o folclore brasileiro e, no imaginário das pessoas, as imagens que ilustram esse tema costumam ser claras referências a personagens de lendas e mitos populares que são contados de gerações a gerações no país.Muito comuns nas áreas rurais, histórias como as de boitatá, curupira, lobisomem, mula-sem-cabeça e do corpo-seco são levadas e incorporadas também ao ambiente urbano por características destacadas no quadro ao lado: a transmissão oral e a divulgação.As histórias têm como objetivo passar uma mensagem moral a quem as escuta e, muitas vezes, mexem com as emoções utilizando recursos de mistério e terror que aguçam o medo.Muito embora estudiosos afirmem que elas venham perdendo a força que exerciam sobre as crianças antigamente--parte por culpa do advento das tecnologias e pelas mudanças comportamentais da sociedade--essas histórias ainda mantêm certo ludismo que as fazem valer como entretenimento, se não como ensinamentos.A historiadora Sônia Gabriel, autora do livro "Mistérios do Vale", explica que as lendas costumam partir de um dado verídico ao qual são acrescentados elementos fantasiosos, geralmente com características da região em que são contadas.Ela aponta que do século 19 até meados do século 20, as contações dessas histórias folclóricas eram realizadas dentro das casas, principalmente passadas de avós a netos. Eram conversas de adulto, mas passadas aos netos com a consciência de que para um nível mais baixo de maturidade."É que naquela época as meninas se casavam com 14 anos e, com 18, já tinham dois filhos, por exemplo. Não se conversava como hoje, com linguagem direcionada a crianças", disse.Uma das lendas comuns nesta região, e que demonstra um pouco o caráter moralístico intrínseco em parte dessas histórias, é a da porca e os leitões-- trata-se do conto sobre uma mulher que engravida e comete infanticídio de sete ou oito [dependendo de onde é contado] filhos. Quando ela morre, se transforma em uma porca e, como castigo, é seguida pelo mesmo número de leitõezinhos.TERROR - Mas nem todas as histórias necessariamente são predominantemente carregadas de subjetividade moral. Muitas são histórias de assombrações relacionadas a algum crime brutal ocorrido em dada região.Locais são classificados mal-assombrados, bem como algumas personagens da história das cidades são transformadas em fantasmas, motivados pelo pavor da sociedade diante de uma morte marcante."A morte é a única coisa que não se desvenda. Como diria Ariano Suassuna, esse é um mal irremediável. As pessoas nascem já se preparando para a morte futura, é um contraponto. O receio dela, sobretudo do que irão encontrar depois, é que provoca esse fascínio por essas histórias", disse.Para ela, a cultura é o que mais influencia na forma como esas histórias são incorporadas em cada local. Mas para a escritora Ruth Guimarães, entretanto, a cultura local não é determinante dessas variações."O homem e a criatura são iguais em todos os lugares. O folclore não é inventado e, sim, adaptado de uma primeira criação feita por um artista. Ele é divulgado e as pessoas o repetem de maneira natural e, só pode ser considerado como tal, se houver aceitação e universalidade", disse.
Estudiosos discordam sobre histórias São José dos Campos
As histórias folclóricas são interpretadas de maneiras distintas pela ótica de estudiosos quando se fala de influências delas na vida de quem as recebe. Para a escritora Ruth Guimarães, ao absorver esses mitos e lendas as pessoas [não apenas crianças, mas também adultos] adquirem um conhecimento popular mais amplo e aprofundado."É uma soma que é importante. Caso contrário as pessoas vão contar histórias da televisão, que são uma bobagem. Mas em todo lugar ainda tem gente contando causos ou piadas", disse.Para a historiadora Sônia Gabriel, a sobreposição da televisão é algo que já acontece, mas, por outro lado, os meios de comunicação têm contribuído para a contação pública de histórias folclóricas. "O imaginário infantil hoje é diferente. Os adultos refletem mais sobre a moral contida nessas histórias. As lendas são mais entretenimento do que influências aos menores", disse."

4 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia Sônia,

tive a felicidade de comprar o valeparaibano de terça feira passada, na qual, li a matéria da Isabela (memórias). Gostei muito, e me interessei pelo seu livro, só que vasculhei a internet e todas as livrarias, mas não achei seu livro pra comprar. Minha sorte, foi que achei o e-mail da isabela no jornal, só que ela também não sabe onde adquirir o livro, e me passou seu e-mail. Por um acaso, você saberia onde eu possa comprar o "Mistérios do vale" ?
Desde já, peço desculpas por te encomodar.
Termino agradecendo pela atenção.
Fique com Deus
Obrigado

Marco

Anônimo disse...

Olá Sônia tudo bem como você e sua princesa? Eu ti vi no vanguarda comunidade, eu vi a propaganda e no domingo acordei para assistir. Muito legal!!

Um abraço!!
Gilssiany

Anônimo disse...

Boa tarde Sônia,

Gostaria de parabenizá-la pelo excelente livro "Mistérios do Vale" e
informar que aproveitei cada história, aprendendo e conhecendo cada uma das
nossas cidades queridas.
No aguardo do próximo livro, te felicito e coloco-me a inteira disposição.

Um Abraço

Anônimo disse...

Olá Sônia,
quero agradecer não só por você ter atendido o meu pedido, mas também pelo livro a mais que você nos deu de presente.
Muito obrigado, até a próxima.
Fique com Deus.

Marco