domingo, 29 de julho de 2018

Diálogo docente - Memória e escola





Aconteceu recentemente em Porto Alegre, na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) o X Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História. Oportunidade de troca de conhecimentos sobre os saberes que se encontram e disputam espaços no Ensino de História. Um dos grupos de discussões oportunizou diálogo sobre memórias de professores. O tema tem se tornado recorrente em pesquisas e me ocorre que, talvez, nunca tenha sido tão propício. Da relevância óbvia para a apropriação cotidiana dos professores sobre a importância dos seus registros e reflexões sobre sua atuação e sobre os espaços desta atuação para as colocações cotidianas que reforçam a falta de tempo para tais registros, excessos de demandas ocupando o lugar de estudos e discussões que propiciariam uma atuação mais contundente, nas diversas áreas do conhecimento, fica, para esta professora, a questão da escolha cada vez mais difícil de atuar no magistério.

Se menos jovens estarem optando pela profissão de professores é um dado sobre parte da realidade da Educação no Brasil, como questões salariais e violência, os registros dos professores que estão atuando podem ampliar as possibilidades de entendimento do denominado “chão de escola”. A realidade diária moldada de 50 a 50 minutos em que o profissional em contato direto com a burocracia e interpretações das práticas direcionadas pode auxiliar a compreender.

Se nos debruçamos sobre as memórias construídas por professores de antanho, é preciso certa responsabilidade crítica de ajudar no entendimento da nossa escola relatando sobre nossos enfrentamentos e aprendizados atuais. Ainda creio que cabe a nós professores que atuamos em redes privadas e públicas da educação básica também escrever, contar, discutir sobre nossa atuação e a verdade das escolas por onde vamos contribuindo para a formação da nossa sociedade.


Sônia Gabriel
Professora e pesquisadora

(Foto: Internet)

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