quarta-feira, 21 de abril de 2010

Coluna Crônica Jornal de Caçapava: Feliz Aniversário!



(Jornal de Caçapava, 13 de abril de 2010)


A editora deste jornal me avisa sobre o aniversário de Caçapava e a primeira coisa que vem a cabeça é o simpático “De já hoje”, livro de Darcy Breves que todos na cidade conhecem tão bem.
“De já hoje” é uma expressão que se refere a um tempo passado e que a autora utilizou por se recordar que era muito falada por sua mãe. Também Eugênia Sereno em seu livro O Pássaro da Escuridão a utiliza em muitos momentos.
Falar de uma cidade é falar de seu povo. Não há cidade sem povo, certamente já ouviram dizer sobre cidade-fantasma, então notem: uma cidade sem pessoas é morta, não existe.
É comum ouvirmos que um e outro não gostam de uma cidade e não reagirmos sendo este nosso lugar, é como se uma cidade fosse viva independente de suas pessoas. Somos nós quem construimos a impressão que se tem de um lugar. Nós caminhamos, ocupamos ruas, praças, prédios; frequentamos escolas, igrejas, clubes, cinemas...
Caçapava é conhecida pela simpatia de suas pessoas e deve comemorar-se. Seu povo a faz ser um lugar aconchegante, agradável a quem por ela passa, trabalha, mora, volta com alegria.
Nas primeiras páginas do livro Maria Aparecida do Pinho nos avisa que Darcy Breves foi uma “aluna educada, inteligente, (...) eficiente professora de Língua Portuguesa e (é) pesquisadora do folclore de Caçapava”. Certa vez, me disseram que sua casa está sempre aberta aos que apreciam uma prosa, ouvir sobre Caçapava e sua gente. Pois apreciem esta morada e sua apaixonada habitante.
“Nas páginas de “De já hoje” fiquei conhecendo, sob o olhar da gente de Caçapava, a Mãe de Ouro, a Mesada de anjos, o Saci-Pererê, a Reza de 25 de Março, o Cão fantasma, a Dança de São Gonçalo, o Boitatá...
Está lá também: a espera pelo voo da Içá, os Doces da Tia Vilma, Bolinho de Quermesse, O Natal e a Folia de Reis. Há tanto o que visitar em suas páginas e depois sair passeando pela cidade e pela zona rural a cata destas estórias e histórias de povo tão acolhedor.
Peço licença à autora para contar o que ela já contou sobre a Rua Mal-Assombrada (uma de minhas preferidas) em Caçapava, atrevo-me a oferecer-lhes como presente por esta data, uma graça para a cidade que nos ofereceu uma pesquisadora apaixonada por gente e suas criações.
Segundo Darcy foi pelos idos dos anos quarenta. Na Rua 28 de Setembro havia ainda poucas casas e iluminação fraca. Entre seus moradores estava a lavadeira Maria das Dores que realizava muito bem seu ofício. Ela foi testemunha de uma estranha cena: depois da meia-noite, enquanto ainda passava roupas, ouviu um barulho diferente e foi ver o que era. De sua janela viu cachorros correndo atrás do que pensou ser um tambor. Assustava seus moradores a assombração da Rua 28. Descreviam ainda alguns que o “tambor” rolava e soltava fogo por todos os lados. Por muito tempo esta foi a Rua Mal-Assombrada de Caçapava, quantas outras com tantos mistérios para desvendarmos haverá?
Parabéns e muitos, muitos anos de progresso, vitórias e respeito por suas tradições e sua gente!

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi! Andei lendo suas crônicas do jornal de caçapava e achei muito legal. Parabens!

Grande abraço

Milton