(Jornal de Caçapava,02 de novembro de 2012.)
Tudo começou com um terrível barulho que andava atormentando as noites da população, parecia o trote de um cavalo, alguns diziam. Mas, fato é que logo começou a correr a notícia de que era um cavalo sem cabeça. Ninguém explicava como, apenas dava-se a sentença. E de onde viria tal figura? Quem já tinha visto? Indignados com a situação, os moradores resolveram dar cabo do mistério. Reuniram-se e ficaram escondidos, esperando a criatura aparecer e acabar de vez com aquele tormento. Chegando a meia-noite, armados até de água devidamente benta, entre outras armas de fato, escutaram o barulho.
Saíram todos em busca do cavalo sem cabeça. O tumultuo foi tanto que um comerciante da cidade começou a gritar para que todos parassem, enquanto um entregador de pinga, jogado no chão, tremia de medo do ataque. Fim do mistério: tentando burlar a fiscalização, o entregador estava distribuindo a mercadoria, a “marvada”, fora de horário comercial e para não ser reconhecido, cobria-se com uma capa que tampava também o carrinho de madeira até as rodas (daí o barulho) que, eficientemente, alimentou a deliciosa imaginação do povo.
Sônia Gabriel
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