quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Coluna Crônica Jornal de Caçapava: Essas histórias de Santana.



(Jornal de Caçapava, 04 de outubro de 2013.)


Monsenhor Luiz Gonzaga Cavalheiro nasceu em Guaratinguetá, em 27 de dezembro de 1913. Mas foi em São José dos Campos, mais especificamente em Santana, que se construíram as lendas que o eternizam no imaginário da cidade. Padre Luiz, como é carinhosamente lembrado por seus paroquianos, foi protagonista de inúmeras histórias interessantes, chegando mesmo a ser chamado de o ‘Xerife de Santana’, entre elas, e carregada de profundo simbolismo religioso, está a história de que fazia curas com folhas de uma árvore que tinha no quintal da casa paroquial.
Professora Flávia de Lima Barros conta que o padre era figura presente nos almoços de domingo em sua casa, que era próxima da sacristia, era uma honra muito grande o receber para as refeições, apesar de ser um sacerdote extremamente tradicional e de gênio forte, ele sabia ser gentil com seus paroquianos. Num desses almoços a mãe da professora Flávia reclamou com o sacerdote sobre as muitas verrugas que a menina estava desenvolvendo no joelho, cada vez que ela caia, as verrugas sangravam causando-lhe dor. 
Comovido com a situação, o padre teria retirado uma folha da árvore do quintal da casa paroquial, cortado seu cabinho e colocado o leite que dela saiu diretamente nas verrugas. As verrugas secaram completamente e caíram, não voltando a aparecer até hoje.
Ainda em Santana, encontramos mais referências ao Monsenhor Luiz Gonzaga. Empreendedor, ele idealizou e ajudou a realizar muitas obras na cidade de São José dos Campos entre elas, a Escola Paroquial Olivo Gomes, na década de 1960. Com o passar dos anos, a escola se tornou Escola Estadual Doutor Rui Rodrigues Dória, mas permaneceram as histórias do tempo em que era dirigida e tinha em seu quadro de professoras, as freiras da Congregação Cordiomariana.
Segundo os antigos alunos, havia na escola uma freira muito exigente e que não gostava que deixassem luzes acesas e portas abertas depois do dia letivo. Quando todos já haviam saído, ela passava de sala em sala apagando as luzes e fechando as portas. Passado tanto tempo depois da época paroquial, alguns transeuntes afirmam que às vezes, à noite, é possível ver a sombra de uma freira com uma vela não mão verificando se está tudo em ordem na escola.

Sônia Gabriel


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