quarta-feira, 8 de junho de 2011

Programa Tvendo e Aprendendo (TV Aparecida): Cartas de Amor.


3 comentários:

Lu Saharov disse...

Linda! Bom te ver e ouvir. Matei um pouco a saudade! Agora, permita discordar...não acho que cartas de amor sejam ridículas. Talvez sejam estranhas para os não envolvidos naquela troca afetiva, mas, para quem as recebe são sempre muito significativas.E depois, o amor nos permite e justifica todas as transgressões! Melhor receber cartas de amor que pareçam ridículas a estranhos, do que não ter nunca recebido uma carta de amor...
Grande abraço!

Mistérios do Vale disse...

Perfeito.
Ludmila, durante a gravação, conversamos sobre estas suas considerações, falamos sobre o sentimento de nudez que nos invade quando escrevemos sob o signo do amor. Mas, os programas são editados.
Lembro-me de sorrirmos muito quando a equipe de reportagem e eu começamos a contar (nos bastidores) sobre os sentimentos de amor. Amor é isso, nos deixa bobos e não teria a menor graça se assim não fosse. A leveza, a face corada. Pensando bem, continuo concordando com o Pessoa. Acho que ele, no fugir das linhas, quando se viu, tanta vezes, ridículo, também corou e deve ter achado graça.
Li muito minhas cartas antigas por esses dias. E você tem razão, é bom ter tantas cartas de amor para ler uma, duas, cem vezes.
Creio ser triste nunca ter recebido uma.
A gente chora, se emociona e ri.
É muito bom!
Menina Bonita, tudo de muito bom para você...

Paz e bem!

Sônia Gabriel

Lu Saharov disse...

Minha linda, as frases soltas, são sempre um perigo...Permita-me então, publicar nesse seu espaço o poema inteiro de Álvaro de Campos, apenas para que saibamos como o poeta desenvolveu a afirmativa da primeira frase.E viva o amor! Beijos e continue nos brindando com tantas "gostosuras" nesse seu Blog!

Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras, ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser ridículas.
Mas, afinal, só as criaturas que nunca
escreveram cartas de amor é que são ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso cartas de amor ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor é que são ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas, como os sentimentos esdrúxulos,
são naturalmente ridículas.)

(Álvaro de Campos)