terça-feira, 28 de agosto de 2012

Uma história de Fábio Ramos


Mais uma história para nosso dia...

"Oi Sônia,
Conheço uma chinesa, que gosto muito, chamada "Pode ser... mas pode não ser!"; conheci esta história num curso de física quântica, lá na Unicamp (era um exemplo pra dizer que os elétrons estão e não estão em determinado lugar...)

Aconteceu num vilarejo muito antigo, bem lá no interior da China... As pessoas trabalhavam muito, eram pobres e quase sem condições. Quem tinha um cavalo, era muito rico. Um casal de idosos, no vilarejo, tira um cavalo. Certo dia, este cavalo fugiu. Os vizinhos foram consolar os idosos, e disseram
- que pena, que ruim pois seu cavalo fugiu, e agora você terá que trabalhar em dobro.
o ancião respondeu
- pode ser ruim, mas também pode não ser.
Ninguém entendeu nada.
O tempo passou, e certo dia, o filho do casal, durante a lida, ouviu o relinchar do estimado animal. Era o cavalo que retornara, junto com outros 4 selvagens. Rapidamente ele os cercou e os prendeu.
O vilarejo, quando soube do fato, correu ao velho:
-Que sorte, velho! Se antes eras rico por ter um animal, imagine agora, com cinco cavalos!
E o velho respondeu (agora com ajuda do público)
- É... pode ser mas também pode não ser...
E novamente ninguém entendeu nada, achavam que reclamava de barriga cheia...
Certo dia, passado mais um tempo, o filho do casal resolveu amansar os animais, pois senão não serviriam pra nada. E, durante esse duro trabalho, acabou caindo e quebrando a perna. Foi socorrido, mas era tal o ferimento que ficaria semanas em cama, se reestabelecendo.
Novamente os moradores do vilarejo foram à casa dos velhinhos e disseram:
- Puxa, velho! Seu único filho, e machucado. Que lástima! Agora terás que trabalhar muito, para alimentar os animais, cuidar da roça e ainda de seu filho. Isso é que é azar!
E, como sempre, o velho respondeu...
- Pode ser mas também pode não ser...
Bom. Passaram algumas semanas, e o império entrou em guerra. E para a guerra, todos os jovens eram convocados, sem exceção. Quem não fôsse, era tratado como desertor, e a pena era a morte. O pior é que, quem fôsse, naqueles tempos, quase certo era que voltaria morto, pois as batalhas eram cruéis. Só estavam dispensados aqueles impossibilitados fisicamente. E assim aconteceu, com o filho do casal. Passou o exército no vilarejo, e levou portanto todos os jovens, cujos pais choraram muito.
No dia seguinte, toda a comunidade foi à casa dos velhos, e disseram:
- Mas que sorte vocês tiveram... o seu filho foi o único que se salvou da guerra. Não sofrerá!
E o velho, sabiamente respondeu:
-é... pode ser mas também pode não ser...

E assim a história continua, indefinidamente....


Fábio Ramos
www.ecocultura.org.br/
http://www.fotocinesia.blogspot.com/ "


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