(Jornal de Caçapava, 29 de novembro de 2013.)
Todo final de ano letivo é assim: notas, cadernetas e reflexão. Aprovado ou retido, ao menos nas turmas de 9ºs anos e Ensino Médio. É de conhecimento que os alunos não repetem os outros anos, mesmo sem notas adequadas, desde que tenham a presença mínima estabelecida pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo.
Eu observo os semblantes dos alunos que ao longo de quase dez anos passam pela escola e no último ano do Ensino Fundamental não conseguem ler e escrever sem dificuldade e pouco sabem desenvolver as quatro operações. Sim, temos alunos nessas condições e, infelizmente, não são poucos.
Mais ainda, me incomoda o corporativismo pelo conformismo. Há uma corrente invisível, não palpável, porém fortemente carregada de desânimo que se alastra e enreda de tal modo que se torna uma batalha diária tentar lecionar. Os alunos desinteressados; os pais que relegam seus filhos para serem educados por outrem como se deles não fossem responsabilidade. Os colegas desencantados que não permitem aos otimistas trabalharem em paz; os profissionais sérios, comprometidos, buscarem seu sustento e valorização em outros mares... Os alunos dedicados disputarem atenção com as questões disciplinares que os professores precisam administrar.
Não está nada fácil seguir nesta profissão tão especial. Profissão que exige estudo constante, aprimoramento responsável e comprometimento para com o ser humano.
Todo final de ano letivo, há alguns anos, desde que assistimos e vivenciamos a batalha pela Educação de qualidade, sempre peço, para aqueles que tentei ajudar a aprender, um futuro de presente. Que tenham oportunidade de vencer as limitações impostas por um sistema que deseja números e índices mais que pessoas preparadas para produzirem e construírem conhecimento.
Há de melhorar...
Sônia Gabriel
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