Oba! Não podia faltar minha companheira de ideias culturais.
Obrigada pela colaboração. Menina, que dia lindo! Quantas histórias!
"Sônia, amiga querida, não sei contar histórias e nem tenho um grande repertório. Mas lendo as histórias no blog, acabei por me lembrar de um fato que aconteceu comigo. Acho que nunca contei pra ninguém, agora conto pro mundo. Parabéns por mais essa iniciativa.
Bjs
Pércila
Morávamos em uma pequena cidade de Minas, Delfim Moreira, numa casa velha, daquelas enormes que têm porão, dispensa e um quintal que a gente se perdia nele. Tinha vários tipos de árvores, um riacho que passava ao lado, o mato crescendo e... cobras. É isso mesmo, de vez em quando uma se aproximava da casa e causava o maior alvoroço. Nesse cenário vivi minha primeira infância. Na época éramos seis irmãos, pois minha irmã caçula nasceu aqui, no final da década de 1970, quando mudamos para São José dos Campos. Um certo dia, acordamos no meio da noite com minha tia, que morava com a gente, gritando porque viu uma cobra saindo de um buraco que tinha no assoalho da sala. Pronto, ninguém mais conseguia dormir. E toca a queimar pano velho pra espantar a intrusa. Procura daqui, procura de lá, e nada de achar a danada. Então começaram a questionar minha Tia, como ela era? De que cor e tamanho? Minha Tia, que na época ainda era uma criança, não querendo decepcionar seus ouvintes começou a dar detalhes. No início, timidamente, mas depois se empolgou tanto que levantou dúvidas se realmente tinha visto alguma coisa. Pra convencer de uma vez por todas, saiu com essa: “Ela tinha na boca um ninho com três ovinhos.” Os adultos riram muito e foi assunto pra muita conversa nos dias seguintes. Até hoje a dúvida persiste, mas, desde aquele dia, a cobra cuidadosa de sua cria passou a frequentar o nosso imaginário de criança".
Adorei.
Sônia Gabriel
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Um comentário:
Pércila, Delfim Moreira faz juz ao imaginário infantil. Eu passava minhas férias sempre lá e corria atrás das tropas que levavam marmelo para a fábrica Cica... e ganhava uma porção de marmelo, que igual nunca mais comi. Também me lembro da Nhanhão... mulher feia, horrorosa que passava pela rua à noite e tínhamos que dormir cedo... se não ela nos levava embora para a casa dela. Diziam que ela era uma bruxa malvada. Meu tio tinha uma venda, em frente à praça Sagrados Corações e um dia, deparei com a Nhanhão comprando mantimentos, quase tive um treco... daqueles trecos horrorosos, de ficar sem poder respirar de tanto susto. Minha salvação foi o tio Nery me dar uma piscada e junto uma bala. Coisas do reino de Delfim Moreira.
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